Importantes programas de assistência alimentar terão cortes que variam de 95% a 97% na verba prevista para o próximo ano. Caso o presidente Jair Bolsonaro (PL) não seja reeleito, deve deixar um desafio para o próximo governante brasileiro: programas como o Alimenta Brasil foram praticamente extintos do Orçamento de 2023. O aumento de verbas para esses programas passa a depender do interesse de repasse de parlamentares por meio de emendas ou de negociação antes da votação do Orçamento, que normalmente ocorre em dezembro.
Os atingidos são principalmente pequenos agricultores e comunidades tradicionais, como quilombolas. Ao diminuir o repasse de verbas, essa parcela da população perde renda e diminui a integração das produções. O Alimenta Brasil é conhecido como o principal programa de compra de alimentos da agricultura familiar. A verba destinada para o programa foi reduzida em 97%, para R$ 2,6 milhões. Em 2010, recebeu R$ 622 milhões, mas tem sofrido cortes nos últimos anos. Na ação, a comida é doada para pessoas em situação de insegurança alimentar.
Atualmente, 30% das famílias enfrentam algum risco de insegurança alimentar. No final do governo do atual presidente, 125,2 milhões de brasileiros não sabem se vão ter o que comer, conforme dados do estudo da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (PENSSAN), divulgado neste mês.
A pesquisa aponta que a fome dobrou nas famílias com crianças menores de 10 anos nos últimos dois anos. Em 2020, o percentual era de 9,4%. Nos domicílios apenas com moradores adultos, a segurança alimentar chegou a 47,4%.