No seu primeiro discurso no início da manhã desta quarta-feira, no dia em que se celebra 200 anos de Independência do Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (PL) elogiou o Golpe Militar que instaurou a ditadura no Brasil em 1964, considerando, ao lado de episódios como impeachment de Dilma Roussef em 2016, um momento positivo na história do país.
"Queria dizer que o Brasil já passou por momentos difíceis, mas por momentos bons, 22 [revolta tenentista], 35 [intentona comunista, 64 [golpe militar], 16 [impeachment de Dilma Rousseff (PT)], 18 [eleição presidencial] e agora, 22. A história pode repetir, o bem sempre venceu o mal. Estamos aqui porque acreditamos em nosso povo e nosso povo acredita em Deus", disse Bolsonaro, sem deixar claro o que espera para este ano.
A Ditadura Militar no Brasil durou mais de 20 anos e resultou da morte de cerca de pelo menos 200 brasileiros, centenas de desaparecidos e milhares de torturados, presos e exilados. Entre os métodos utilizados por torturadores, entre eles o coronel Brilhante Ustra, elogiado por Bolsonaro no dia da votação do impeachment de Dilma Roussef.
Ustra admitiu ter torturado presos políticos. Um dos métodos utilizados em mulheres era a introdução de ratos em seu canal vaginal, entre outras atrocidades.
Em tom religioso, Bolsonaro falou durante o café da manhã com empresários, entre eles Luciano Hang, dono da Havan, em uma "terra prometida" e em deixar um legado para o "futuro". Hang é um dos alvos da Polícia Federal (PF), autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por participar de um grupo de WhatsApp com mensagens e ameaças golpistas em caso de vitória do ex-presidente Lula na eleição deste ano.
"Assim sendo, eu tenho certeza que aqui há uma segunda terra prometida, um paraíso um pouco maravilhoso, uma terra inigualável em todo mundo. Continuaremos nos orgulhando do futuro que deixaremos para essa criançada que está aqui", disse o chefe do Executivo.