Bahia

“A universidade está sendo sucateada”, diz Edvaldo Brito após dar aula no estacionamento da Ufba

“A universidade está sendo sucateada”, diz Edvaldo Brito após dar aula no estacionamento da Ufba

Reprodução / Redes Sociais
Reprodução / Redes Sociais

O professor e vereador de Salvador, Edvaldo Brito precisou prestar orientação aos alunos de doutorado do curso de Direito da Universidade Federal da Bahia (Ufba) no estacionamento da instituição, na noite de segunda-feira (29). Em conversa com o Portal Salvador FM, o advogado tributarista contou que a aula fora da sala foi um imprevisto, mas reforçou que não descarta a possibilidade de fazer mais vezes, caso seja necessário. 

Com mais de 48 anos de magistério, o professor afirmou que a aula no estacionamento foi um acaso, e que ele atendeu apenas ao desejo dos alunos, e reforçou que eles permaneceram no local, no estacionamento da faculdade, das 18h às 22h30 da noite, sem intervalo e no relento.

“Vou prejudicar o planejamento. Uma menina de Vitória da Conquista, minha orientada na tese de doutorado, se dirigiu só para aula e ficou frustrada quando chegou e percebeu que estava sem luz. Eu perguntei se ela se importaria de ser orientada no estacionamento, ela disse que não, os alunos me ajudaram com as cadeiras e, aos poucos, foram chegando outros para a orientação”, contou. 
 
Sobre a experiência, Edvaldo disse ter sido a primeira vez, mas garantiu que, se for preciso, ele fará outras vezes. “Universidade está sendo sucateada pelo governo, não tem marca, não tem política ideológica e partidária, estão prejudicando a educação e desenvolvimento do país”, disse. 
 
Em ano eleitoral, o vereador defendeu que o corte de verbas é uma tentativa de sucateamento do ensino e de acesso à informação: “A União entende que quanto pior melhor. Quanto mais carecedores de conhecimento ficarem os brasileiros, melhor para votarem no obscuro, pelo emocional, no demagógico e isso precisa acabar. Queremos alguém que faça alguma coisa”, disse. 

Na ocasião, o vereador relatou ainda que, os ares-condicionados estão sendo comprados pelos professores, e que a instalação elétrica também. “O povo precisa saber, eu não sei como o reitor consegue administrar, não vem recursos e, quando vem, a distribuição é ideológica. Se a universidade e o reitor são partidários a quem está no poder, tem tudo, se não, cortam. A Ufba foi considerada insubordinada, subversiva e tudo isso precisa ser denunciado”.  

O diretor da faculdade de direito da Ufba, Júlio Rocha, informou ao Portal que a falta de energia registrada nesta segunda (29) foi em decorrência de um problema técnico no disjuntor, mas que foi restabelecida. E que, na segunda-feira do dia (22), na semana passada, o motivo da queda de luz foi por causa de furtos nos cabos de energia. Júlio reforçou que a administração central e as unidades buscam solucionar os problemas de forma mais rápida em prol da proteção da comunidade.