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Bolsonaro nega ter xingado Moraes, é desmentido por Bonner e minimiza acordo com Centrão

Apesar das mais de 680 mil mortes e um das mais altas taxas de mortalidade em todo o planeta, Bolsonaro se colocou como um dos melhores gestores no enfrentamento à pandemia

Reprodução/Twitter
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Na aguardada entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) manteve um discurso direcionado à sua base de apoio. Logo no início, tentou negar que tenha xingado o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e agora presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, mas foi desmentido pelo apresentador Willian Bonner.

"Você não está falando a verdade quando fala xingar ministros. Não existe. Isso não existe, é um fake news da sua parte.", disparou Bolsonaro, candidato à reeleição pelo PL.

Assim que o programa começou, houve 'panelaço' em protesto ao presidente em diversas regiões do país.

Bonner, então, rebateu relembrando o discurso inflamado de Bolsonaro no 7 de setembro do ano passado, marcado pelo tentativa golpista e cartazes antidemocráticos de seus apoiadores.

"O senhor começou sua resposta afirmando que eu tinha cometido fake news, em nome da verdade, candidato, o senhor xingou ministros do Supremo de canalha, você fez isso com microfone", devolveu Bonner, que em alguns momentos usou um tom de ironia que gerou revolta de bolsonaristas nas redes sociais.

Confrontado sobre ter sido eleito em 2018 com o discurso de que enfrentaria a velha política e não iria fazer alianças com o centrão, Bolsonaro respondeu o apresentador com uma provocação.

"Você está me estimulando a ser ditador." Sem entender, Bonner respondeu: "Eu, candidato?". Na sequência, o chefe do Executivo justificou o seu raciocínio.

"Você. O Centrão são mais ou menos 300 deputados. Se eu deixar de lado, eu vou governar com quem? Não vou governar com o parlamento. Então, você está me estimulando a ser um ditador", afirmou.

Apesar das mais de 680 mil mortes e um das mais altas taxas de mortalidade em todo o planeta, Bolsonaro se colocou como um dos melhores gestores no enfrentamento à pandemia de Covid-19.

Ele ignorou a pergunta da apresentadora Renata Vasconcellos sobre possível arrependimento de frases e comportamentos ao longo da crise sanitária e destacou o envio de recursos aos estados por parte da União.