A família de Antônia Neuza Miranda de Carvalho, 59 anos – que morreu na última segunda (15), no Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador – foi surpreendida ao receber o corpo de um homem no lugar do de Antônia. O susto só não foi maior porque o HGE percebeu o erro antes da chegada da funerária contratada pelos familiares para fazer o translado do corpo até o município de Miguel Calmon (a 363 km de Salvador).
"Eles identificaram o erro e me ligaram informando. Então, quando a funerária chegou, a gente já sabia que o corpo estava errado", explicou Manoel Adriano Carvalho, filho de Antônia.
Mesmo sabendo antes, Adriano disse que eles foram impactados com o equívoco: "Isso aumentou a nossa dor. E ficamos pensando naquele senhor que veio no lugar dela, que a gente nem sabia quem era e de onde veio".
Adriano afirmou que o HGE contratou outra funerária para enviar o corpo da mãe dele embalsamado para Miguel Calmon, cidade onde ela morava. De acordo com ele, a troca atrapalhou o velório. "O primeiro corpo chegou no início da manhã e o da minha mãe por volta das duas horas (da tarde desta terça, 16). Então, tivemos menos tempo para velar o corpo e nos despedir dela", disse, explicando que o enterro aconteceu às 17 horas.
Além disso, ele reclamou da forma como o corpo foi enviado. "Mandaram ela toda torta, sem nenhuma flor, em um caixão que parecia de indigente. A funerária que a gente tinha contratado que nos deu todo o apoio, arrumou ela, colocou flores e trocou de caixão", informou.
Desculpa
Apesar do transtorno, Adriano explica que não quer processar o hospital. "Eu tenho que ser sincero, o HGE deu todo apoio possível para minha mãe (quando ela estava internada, após ter um AVC). Mas houve esse erro e é uma falta de vergonha. E nem ligaram para pedir desculpa. Só ligaram para informar do erro. Não quero dinheiro, não quero processar o hospital, porque isso não vai trazer minha mãe de volta, mas quero que eles reparem o erro deles e liguem para os familiares para dar os sentimentos, para pedir desculpas", disse.
O filho de Antônia também pede que o empregado responsável pelo erro não seja punido, mas que passe por um curso de atualização para que "o erro não aconteça de novo com outra família".
Foto: Reprodução/Calmon Noticias