Que os tempos que vivemos são estranhos, poucas pessoas têm dúvidas. Mas ainda há fatos que nos fazem ter sobressaltos de espanto. Um deles aconteceu ontem, com a Salvador FM. A direção de jornalismo deste veículo fora procurada por prepostos da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Bahia (OAB-BA), que questionavam a cobertura feita pelo jornalista Alexandre Galvão sobre os fatos que envolvem a gestão da atual presidente Daniela Borges.
A alegação de parcialidade veio acompanhada de uma espécie de "dossiê", com fotografias do jornalista – tiradas sem sua autorização – além de “prints” de suas redes sociais e declarações em meios eletrônicos. Fatos que apequenam a OAB-BA e fazem a instituição, líder na defesa da democracia, mais parecer com grupelhos que atentam contra o Estado Democrático de Direito.
É de se estranhar que, com tantas demandas da classe, a OAB-BA tenha dispensado tamanha energia na tentativa de silenciar um membro da imprensa – sob a falsa alegação de cobertura enviesada. Alegação essa que ignora todas as notícias tidas como "positivas" sobre o atual grupo que está à frente da ordem. Reconhecida como uma instituição que pavimentou o caminho da boa convivência, a OAB-BA, com esse ato, ignora toda sua caminhada e faz uma curva estranha e perigosa que flerta com o autoritarismo, dando um recado que soa como intimidação.
A Salvador FM preza pela lisura dos processos, pelo jornalismo ético, e reconhece a importância da OAB-BA. Por isso realizou o primeiro debate entre os candidatos da Ordem convidando a então postulante ao cargo, Daniela Borges, esta que não se prestou à ética de, ao menos, responder à solicitação desta rádio.
Desta forma, não aceitará, de forma alguma, assédio contra seus profissionais. Todas as atividades desenvolvidas pelo jornalista em questão sempre foram comunicadas à direção do veículo.
Certa de que os ataques irão cessar, a direção da rádio presta solidariedade ao jornalista Alexandre Galvão.