Ex-prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo (UB) ganhou fôlego e passou a ter mais valor na bolsa de apostas para ocupar a cobiçada vaga de vice na chapa de ACM Neto (UB) ao Governo da Bahia. Já especulado anteriormente, nas últimas 24 horas ganhou um reforço, que foi a confirmação de que o deputado federal Marcelo Nilo (Republicanos) está fora dos planos.
A lembrança pode ser uma recompensa ao amigo de longa data do antigo prefeito de Salvador, que se viu isolado em 2018, quando Neto desistiu de disputar a eleição para permanecer no Executivo municipal – na data limite da desincompatibilização.
Eles ficaram afastados e chegaram a apontar um rompimento, o que foi descartado posteriormente. Entretanto, algumas desavenças vieram a público, como quando Zé Ronaldo declarou apoio a Jair Bolsonaro no segundo turno da eleição em 2018.
À época, a decisão pessoal de ACM Neto de se retirar do pleito pegou os partidos aliados de surpresa e tornou a já difícil missão de derrotar o PT ainda mais complicada. O DEM não quis na ocasião se aliar ao MDB, e viu o PP e o PR crescerem na base do governo Rui Costa (PT).
Hoje, a candidatura de Neto tem outra envergadura. Em 2018, Zé Ronaldo partiu para o embate com sete partidos na coligação: PSDB, PSC, PTB, PRB, SOLIDARIEDADE, PV e PPL.
Já a chapa deste ano encabeçada pelo ex-prefeito de Salvador conta com 12 legendas no arco de alianças: PP, Republicanos, PSDB, PDT, PSC, Solidariedade, Cidadania, Podemos, PRTB, PTB, DC e PMN.
O cenário agora é outro e o feirense, com passagem pela Alba e Câmara Federal, poderia ingressar em uma chapa que lidera as pesquisas de intenções de voto até o momento.
A expectativa é que a decisão final seja tomada ainda nesta quarta-feira (3) e que possa ser anunciada antes da convenção do partido, na próxima sexta-feira (5).
LISTA TRÍPLICE
Sem Nilo, o ex-prefeito tem agora uma 'lista tríplice' para escolher o seu vice. Além de Zé Ronaldo figuram o deputado federal Adolfo Viana (PSDB), eleito em 2018 com pouco mais de 100 mil votos, e a vereadora de Serrinha Edylene Ferreira (Republicanos).
Cada um deles tem o seu próprio trunfo. Mesmo sendo do mesmo partido (União Brasil), que representaria uma chapa 'puro-sangue' em um arco amplo de aliados. Zé Ronaldo tem grande liderança na região de Feira de Santana, segundo maior colégio eleitoral, e muita proximidade com Neto. Além disso seria o único nome de consenso na base.
Já Adolfo conta com seus importantes votos e influência, além da notoriedade alcançada com o mandato na Câmara Federal. Seria um afago ao PSDB e a aposta em uma chapa jovem, já que o tucano tem 41 anos, dois a menos que o ex-presidente nacional do DEM. No entanto, Viana se vê na dúvida de aceitar a vaga e não garantir sua reeleição à Câmara dos Deputados.
Edylene, por sua vez, atende ao apelo de um nome feminino. É também muito ligada ao senador Angelo Coronel (PSD). Atualmente, a chapa de extrema-direita liderada pelo ex-ministro João Roma (PL) é a única com mulheres: a candidata ao Senado, Raíssa Soares (PL), e a vice Leonídia Umbelina (PMB).
Pré-candidata a deputada estadual, a vereadora tem bom trânsito na região do sisal e já presidiu a União dos Vereadores da Bahia e o Fórum Nacional da Mulher Parlamentar.