Política

Candidato de Bolsonaro na Bahia reconhece 'avanço' das urnas, mas vê problema no judiciário

Segundo ex-ministro, outros políticos já questionaram as urnas, mas não foram criticados como Bolsonaro

Vagner Souza/Salvador FM
Vagner Souza/Salvador FM

Candidato ao Governo da Bahia que representa o bolsonarismo, João Roma (PL) reconhece que as urnas eletrônicas são um "avanço" para o sistema eleitoral brasileiro, a despeito das acusações do presidente Jair Bolsonaro.

Em entrevista ao Ligação Direta, da Salvador FM, Roma afirmou nesta segunda-feira (1°) que o gera desconfiança é a forma de condução do judiciário, e que outros políticos que hoje disputam a eleição também já duvidaram das urnas e não foram criticados.

"Acho que as urnas eletrônicas vieram para ser um avanço. Mas o que deixa todo mundo de orelha em pé, é porque o judiciário está tão reativo em aperfeiçoar o sistema e dar mais transparência? Tanto Lula quanto Ciro Gomes já colocaram em cheque a segurança da urna, mas ninguém dizia que era contra a democracia. Se o presidente [Bolsonaro] tem defendido a Constituição, tem feito de forma transparente, qual dificuldade de poder externar a sua opinião?", indagou.

Encarado com um algoz do clã Bolsonaro e de seus apoiadores, como autor de inquéritos das fake news e de outros que atingem o núcleo, o minsitro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, foi criticado por Roma.

Segundo o ex-ministro da Cidadania, muitos personagens do Poder Judiciário seguem o princípio do "ativismo judicial", como é o caso de Moraes, e lembrou que a dúvida sobre a segurança das urnas paira ainda sobre parte da população.

"Se 70% da população confia nas urnas, significa que quase 30% da população não confia. Enquanto tiver um eleitor que não confia, o Poder Judiciário tem que explicar. Quando são detectadas falhas no sistema, ele senta em cima", apontou o candidato do PL, apesar de não existir nenhum indício de irregularidades.

"Não é muito estranho esse tipo de afirmativa, de ativismo judicial? Como é o caso de Alexandre de Moraes, ele mesmo processa, julga e condena a seu bel-prazer, trata cidadãos como adversários, inimigos", criticou.

7 DE SETEMBRO

Sobre o ato programado para o dia 7 de setembro, quando se celebra este ano os 200 anos da Independência do Brasil, Roma garantiu que estará presente novamente ao lado do presidente Jair Bolsonaro. 

Questionado, ele negou qualquer teor golpista na manifestação.

"Estarei ao lado do presidente Bolsonaro, como estive ano passado. Sinceramente fico impressionado com inversão das narrativas, quando já se viu o povo na rua ser manifestação golpista? É a expressão máxima do nosso Brasil", opinou.