Política

Marcelo Nilo aguarda brecha para sair do PDT

Troca de partidos sem a perda de mandato está prevista para a próxima quinta-feira (18), em sessão conjunta do Congresso Nacional.

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A promulgação da emenda constitucional que abre a "janela" para troca de partidos sem a perda de mandato está prevista para a próxima quinta-feira (18), em sessão conjunta do Congresso Nacional.

Os detentores de mandatos eletivos poderão deixar as respectivas legendas pelas quais foram eleitos nos 30 dias seguintes à promulgação. Essa é a brecha que o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL), deputado Marcelo Nilo, aguarda para trocar de sigla sem ser penalizado, já que a sua estadia no PDT não é mais benquista pelos principais caciques pedetistas, tanto no estado quanto nacionalmente.

A Procuradoria Regional Eleitoral já informou que o parecer foi pelo não acolhimento da ação declaratória de justa causa apresentado por Nilo para se desfiliar do PDT sem ser enquadrado na Lei de Fidelidade Partidária.

No Carnaval de Salvador, o chefe do Legislativo baiano se encontrou com o governador Rui Costa (PT) e, em entrevista coletiva, manteve o mistério sobre o seu futuro partidário e preferiu não tocar no assunto. Desde os problemas internos ocasionados por uma batalha pelo controle do PDT estadual, Marcelo Nilo tem batido de porta em porta, mas, até o momento, suas investidas não surtiram efeito.

Sua primeira opção naufragou junto com a tentativa de recriação do Partido Liberal (PL), legenda braço do PSD. Sem o PL, Nilo chegou a discutir o ingresso com o próprio PSD, sigla comandada pelo senador Otto Alencar. O parlamentar passou a sofrer forte resistência interna de membros do PSD, contrários à sua entrada no partido. Entre os que se rebelaram está o deputado federal e presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado José Carlos Araújo.

Com os embates, o PSD fechou as portas para o presidente da Alba. Sem um partido expressivo, Nilo foi buscar um que teria a certeza que poderia chamar de seu. Deu início às conversas com os caciques do nanico Partido Social Liberal (PSL). Apesar de garantir o ingresso de pelo menos cinco ou seis deputados estaduais para a nova legenda, o PSL só conta com dois deputados federais em todo o país e os seus cinco segundos de tempo de TV e rádio é irrelevante, o que inviabiliza o poder de barganha nas negociações políticas.

Sem lenço e sem documento, o presidente da Assembleia Legislativa tenta agora uma aproximação com Partido Trabalhista Brasileiro.

O PTB conta com dois deputados federais baianos – Benito Gama e Antônio Brito, mas nenhum deputado estadual. Com a garantia de tornar o PTB a quarta bancada na Assembleia Legislativa, além de ter um petebista como presidente do Legislativo baiano, o casamento poderá ser consumado.

À Tribuna da Bahia, Marcelo Nilo desconversou sobre sua nova aposta. "Não estou flertando e nem namorando nenhum partido. Só vou decidir isso a partir do dia 18. Parei de flertar com todos os partidos", disse.

PTB de portas abertas

Os novos capítulos da novela que tem como protagonista o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL), deputado Marcelo Nilo, poderá ter novos desfechos e seu destino partidário deve ser o PTB. À Tribuna, o presidente do partido na Bahia, Jonival Lucas, afirmou que as portas da legenda estão abertas para o chefe do Legislativo baiano e seu ingresso é visto com bons olhos.

"Não há nenhuma contrariedade. A vontade do partido é de fortalecimento e [o ingresso de Nilo] fortalece o partido a nível estadual, se fortalece para as eleições municipais que se aproximam", defendeu o dirigente.

Foto: Reprodução