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Polícia Civil do PR descarta crime de ódio em assassinato de petista

Segundo investigação, não é possível cravar que motivação foi política

Reprodução/Instagram
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Em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (15), a Polícia Civil do Paraná descartou o crime de ódio no assassinato do petista Marcelo Arruda, cometido pelo policial penal bolsonarista, Jorge Guaranho. 

Segundo o órgão, a investigação não concluiu que a motivação do homicídio tenha sido divergência política. Testemunhas que estavam no aniversário de Marcelo, no momento em que Jorge invade o local, diz que ele fez aos gritos de "Aqui é Bolsonaro" e "Mito".

A Polícia confirmou que houve uma discussão por razões políticas e ideológicas, mas que não existem provas de que ele retornou à festa com a intenção de cometer o crime de ódio, de acordo com O Globo.

"-O que temos é a alegação da mulher dele dizendo que ele voltaria porque disse ter sido humilhado. Então é difícil falar que ele matou por um crime de ódio, pelo fato de a vítima ser petista. Ele voltou pelada escalada de ódio", declarou a delegada chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa, Camila Cecconello.

Para a delegada, a discussão ganhou contornos pessoais e não políticos.

"Para enquadrar em crime político, são necessários alguns requisitos, como o autor impedir ou dificultar a pessoa de exercer seus direitos políticos. É difícil dizer que o autor queria impedir o exercício dos direitos políticos. Chegamos à conclusão de que o acirramento da discussão entre eles é que acabou fazendo com que o autor voltasse até o local e disparasse. Parece que virou algo pessoal, entre duas pessoas que discutiram, claro, por motivações políticas", justificou.

Guaranho será indiciado por homicídio duplamente qualificado, pelo motivo torpe e por causar perigo comum a terceiros. Ele está internado em estado grave e teve a prisão preventiva decretada.