Após ver ruir a esperança de lançar sua própria candidatura, com a desistência do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), o PSD se tornou um ativo importante para o PT, de Lula, e o PL, de Jair Bolsonaro.
Vendo as costuras políticas nos estados sendo feitas, o presidente do partido, o ex-ministro Gilberto Kassab já se adiantou e emitiu uma carta para defender a sua posição de neutralidade.
Ele irá encaminhar a proposta aos correligionários, mas garantiu que vai se posicionar em um momento oportuno sobre a sua preferência pessoal.
Leia a íntegra:
Colegas dirigentes, parlamentares, executivos e filiados do Partido Social Democrático em todo o Brasil.
Quero expor aqui os fatores que me levam a defender este entendimento, que considero o mais adequado para a participação do PSD nessa eleição presidencial de 2022.
O Partido, ao longo de meses e com a atuação de diversas lideranças, buscou o desenvolvimento de uma candidatura própria. Tínhamos o melhor pré-candidato, o senador Rodrigo Pacheco. A sigla estava unida em torno da sua candidatura.
Diante do convite, recebido com grande entusiasmo, Pacheco ponderou ao longo de meses e se convenceu da importância de sua presença à frente da presidência do Senado ao longo do processo eleitoral, papel fundamental para garantir a estabilidade institucional do Brasil.
Ficou a semente de um excelente projeto para o Brasil, que o PSD não abandonou, apenas adiou.
Sem o horizonte de uma candidatura própria que pudesse contribuir com o debate neste cenário de polarização, iniciamos uma consulta nacional que, agora, está concluída.
Foram ouvidos parlamentares (em todos os níveis), dirigentes partidários, líderes de todos os cantos do país. A constatação é que não temos unidade para caminhar coligados com um candidato de outro partido.
Diante das opções existentes, haveria preferências diversas no partido não apenas quando consideramos o Brasil, mas em instâncias partidárias dentro de Estados e, até, de municípios.
Diante dos fatos apresentados, encaminho como proposta para nossa Convenção Nacional que o Partido Social Democrático adote a neutralidade nesta eleição presidencial.
No momento apropriado, de modo a não interferir na boa governança partidária, já que ocupo a presidência nacional do PSD, compartilharei minha preferência pessoal para este pleito.