Bahia

Especialista relata aumento de disputa pelo tráfico na Bahia: 'Um campo de batalha'

Cecília defende um debate sério sobre a questão das drogas no país e lembra que o Brasil não está isolado do restante do mundo, onde já se tem avançado nesta discussão

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O aumento dos índices de violência na Bahia tem razões distintas. No entanto, o deslocamento da disputa territorial pelas facções criminosas que atuam no tráfico de drogas parece ser um dos principais motivos para a mudança de realidade nos últimos anos.

Cecília Oliveira, jornalista especialista em Segurança Pública com ênfase em Armas e Tráfico, explica que a Bahia tem uma importância não só pela localização geográfica, que permite que seja um destino na rota do comércio de drogas, mas por abrigar grupos de facções que controlam este mercado.

"A Bahia é um estado muito estratégico para quem está de olho no mercado internacional, um ponto muito disputado. E o que vem com essa disputa é exatamente os tiroteios, pois elas brigam entre si, e em razão disso a polícia vem fazer repressão, que termina em mais tiroteio", relatou Cecília em entrevista ao Ligação Direta, da Salvador FM.

"Infelizmente a Bahia está um campo de batalha", lamenta a especialista, que cita ainda a presença de milícias e grupos de extermínio que contribui para os dados relacionados à violência.

LEGALIZAÇÃO DAS DROGAS

Cecília defende um debate sério sobre a questão das drogas no país e lembra que o Brasil não está isolado do restante do mundo, onde já se tem avançado nesta discussão. Em muitos países da Europa, América do Norte e também da América Latina descriminalizaram a maconha, por exemplo, e já se permite ter acesso à droga em farmácias e estabelecimentos regulamentados.

"O trabalho da polícia é basicamente grande parte baseado em ações de enfrentamento ao tráfico, uso de drogas, então isso que norteia o trabalho das polícias. Qualquer movimento na legislação vai ter impacto direto no policiamento, objetivos, então isso deveria, de fato ser estudado", afirma.

"Outros países já mudaram suas leis e a gente não é uma ilha. O tráfico internacional e as repercussões dessas ações também são internacionais", resume Cecília.