A Defensoria Pública da União (DPU) e o Ministério Público Federal (MPF) protocolaram uma ação neste domingo (3) cobrando R$ 50 milhões em indenização da União por danos morais coletivos, em razão da morte de Bruno Pereira e Dom Philips, na Amazônia.
O pedido determina que o valor seja revertido em favor dos povos indígenas e isolados, e foi incluso em uma ação que tramita desde 2018 na Justiça Federal.
A Unijava, ONG pela qual Bruno atuava, é uma das que endossam a ação. O próprio indigienista é uma das 44 pessoas que assinam o documento. Antes das mortes dos dois, o cenário já era catastrófico, de acordo com Renan Sotto Mayor.
"Infelizmente, nada foi feito. E desse nada advieram as violências perpetradas aos indígenas, a reiterada violação a seu território e as mortes daqueles que lutaram contra isso. Não é demais lembrar que a proteção territorial das terras indígenas incumbia e incumbe ao poder público, que se omitiu e se omite", afirma.
"O indigenista e o jornalista referidos são a face mais recente e trágica do cenário esmiuçado na inicial da presente demanda. Eles deram a vida para registrar e enfrentar as ameaças que os territórios indígenas e seus povos sofriam. Lutaram por essa causa e por ela morreram. Tentaram agir na omissão do poder público e naquilo que o poder público falhou e segue a falhar", completou.