Política

Em discurso na Bahia, Lula diz que vai trocar armas por livros e chama Bolsonaro de 'burro'

Lula aproveitou ainda para reivindicar o sucesso do Bolsa-Família e afirmou que os auxílios propostos pelo governo Bolsonaro não serão duradouros

Vagner Souza/Salvador FM
Vagner Souza/Salvador FM

Após fazer o primeiro teste indo às ruas da Lapinha no desfile cívico em comemoração ao Dois de Julho, em Salvador, o ex-presidente Lula (PT) discursou para a militância e apoiadores no estádio da Arena Fonte Nova, no início da tarde deste sábado (2).

Com ajuda da esposa Janja, Lula leu um discurso impresso em folhas, diferente como costuma fazer, e listou pontos que têm repetido como fundamentais em seu programa de governo, como redução da violência contra a população negra e minorias, o fim do garimpo em terras indígenas e a valorização da cultura.

Ao citar o veto do presidente Jair Bolsonaro (PL) à Lei Paulo Gustavo, que auxilia o setor cultural, Lula chamou o chefe do Executivo de 'burro' e 'cego', em resposta às críticas feitas por ele governador da Bahia, Rui Costa.

"Além de burro é cego, porquê não conhece a Bahia, a sua força cultural, não sabe o que é a força do povo […] Na verdade, estes caras têm medo da cultura, pois têm medo da sabedoria do povo, de uma revolução do conhecimento", disse o ex-presidente, que promete criar novamente o Ministério da Cultura.

Na última quinta-feira (30), Bolsonaro afirmou que caso Lula seja eleito ele irá trocar os clubes de tiro por "bibliotecas". No evento na Fonte Nova, Lula prometeu trocar as 'armas' por 'livros'.

"A gente vai derrotar o ódio e vai trazer amor, vai derrotar as armas e trazer livro, vai trazer cultura, porque somente com educação é que este país se transformará em grande nação", completou.

Antes, discursaram no palanque o candidato a vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), os pré-candidatos a governado e vice-governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues e Geraldo Júnior, o governador da Bahia Rui Costa, o senador Jaques Wagner (PT) e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffman. Em falas breves, os líderes nacionais das siglas aliadas, Luciana Santos (PCdoB) e José Luiz Penna (PV) também se pronunciaram.

Lula aproveitou ainda para reivindicar o sucesso do Bolsa-Família e afirmou que os auxílios propostos pelo governo Bolsonaro, que podem ser viabilizados pela aprovação da PEC do estado de emergência no Congresso, não serão duradouros e tem fim eleitoreiro.

"O dinheiro que ele está dando agora é só até dezembro: é que nem sorvete, chupou, acabou. Fica só com o palito na mão", ironizou, para o riso de parte dos presentes no estádio.