O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, tentou desvincular a imagem do presidente Jair Bolsonaro (PL) da proposta de privatização da Petrobras, que foi incluída pelo próprio ministro na carteira do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). A declaração foi em resposta a uma provocação feita pelo deputado federal BAIANO, Jorge Solla (PT), em audiência pública nesta terça-feira (28).
“Por favor, não vamos confundir a minha preferência com a decisão do governo. A decisão de privatizar ou não é do presidente”, declarou o ministro.
O petista destacou ainda como o impacto do preço do gás de cozinha e combustíveis tornou-se o principal tema da eleição deste ano.
“E a solução que o governo Bolsonaro, representado no senhor ministro, apresenta para o Brasil é privatizar a Petrobras. Hoje o problema da Petrobras é justamente porque sua política de preços é a política de uma empresa privada. A Petrobras funciona como se já tivesse sido privatizada. É a lógica do lucro máximo possível. Foram R$ 44,5 bilhões só no primeiro trimestre deste ano. Dá R$ 180 bilhões se projetar ao longo do ano. Um recorde absoluto”, apontou o deputado.
Solla refutou o principal argumento apresentado pelo ministro em defesa da privatização da Petrobras, o de que a medida abriria um mercado concorrencial que reduziria os preços para o consumidor.
“O senhor é economista, ministro. Vamos ser francos com o povo brasileiro. O senhor sabe que existe um oligopólio global no mercado de Petróleo. Não existe livre mercado, o preço é definido de forma cartelizada internacionalmente. E os únicos países que conseguem fugir desse cartel são os países produtores de Petróleo, os países com estatais que garantem autossuficiência em exploração e refino”, disse.
O petista usou como exemplo negativo da privatização da Petrobras a venda da Refinaria Landulpho Alves, na Bahia, a segunda maior do país. Agora chamada Refinaria Mataripe, a unidade pratica preços superiores aos da Petrobras e impõe ao povo baiano o combustível mais caro do país.