Política

Lira chama presidente da Petrobras de 'ilegítimo' e ameaça investigar ganhos da diretoria da estatal

Aliado de Bolsonaro, Lira teme que os aumentos no preço do combustível tenham impacto no resultado das eleições

Divulgação
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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), subiu o tom contra o presidente da Petrobras,  José Mauro Coelho. Em um artigo publicado no site da Folha de S. Paulo neste domingo (19), Lira chamou o presidente da estatal de ‘ilegítimo’ e ameaçou levantar informações sobre os ganhos e despesas dos executivos da Petrobras. 
 
A diretoria da estatal, liderada por Coelho, determinou, na última sexta-feira (17), um novo reajuste nos preços de diesel e gasolina. Temendo que o aumento do preço dos combustíveis impacte nas eleições, Lira e o presidente Jair Bolsonaro ficaram irritados com o presidente da estatal e subiram o tom contra ele.

No artigo, o presidente da Câmara ameaçou ir em busca de informações sobre os ganhos e as despesas dos executivos da empresa. Lira acusou ainda a Petrobras de usar uma face estatal apenas quando busca apoio do governo para obter condições diferenciadas.

"A Petrobras não pode ser estatal quando lhe convém e privada e selvagem quando diz respeito aos seus lucros astronômicos — sobretudo quando os brasileiros mais vulneráveis mais precisam de apoio. Ou a Petrobras é uma coisa ou outra", escreveu em um trecho do artigo.

Apesar de Lira chamá-lo de 'ilegítimo', Coelho foi indicado para comandar a estatal pelo presidente Jair Bolsonaro, de quem presidente da Câmara é aliado. Após a indicação, ele foi eleito em uma assembleia pelos acionistas para integrar o Conselho de Administração da empresa, que, em seguida, o escolheu para presidir a Petrobras. Das 11 cadeiras do conselho, o governo tem atualmente 6. 

Bolsonaro, no entanto, pediu a substituição de Coelho pouco mais de um mês após a posse do executivo. O presidente pediu que ele fosse substituído por Caio Paes de Andrade, auxiliar do ministro Paulo Guedes. Enquanto o processo burocrático segue em curso, Coelho ainda está no comando da Petrobras.