Política

Nunes Marques do STF viaja a Paris de jatinho para final da Champions com despesas pagas por advogado

Advogado que pagou viagem de Kassio Nunes Marques tem processos no STF; tour ainda incluiu Roland Garros e GP de Mônaco e custou ao menos R$ 250 mil

Divulgação
Divulgação

O ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), realizou um tour pela França no final do mês de maio com despesas pagas por um advogado que tem causas na corte. As informações são do colunista Rodrigo Rangel do site Metrópoles.

Segundo a publicação, o ministro fez uma viagem bate-e-volta de Brasília a Paris para assistir à final da Champions League e a jogos do torneio de tênis de Roland Garros.

O tour incluiu, ainda, o GP de Mônaco de Fórmula 1, disputado naquele mesmo fim de semana. Kassio fez a viagem na companhia de pelo menos um de seus filhos.

O jatinho usado pelo ministro é um luxuoso Citation X. O custo da viagem foi de, pelo menos, R$ 250 mil.

A aeronave, de prefixo PR-XXI, tem como sócio o advogado Vinícius Peixoto Gonçalves, dono de um escritório no Rio de Janeiro.

Foi o advogado quem pôs o avião à disposição do ministro para a viagem. Vinícius Gonçalves atua em processos em curso no STF e já foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) como operador financeiro do ex-ministro das Minas e Energia Edison Lobão. O nome dele apareceu nas investigações sobre pagamentos de propina relacionados às obras da usina nuclear de Angra 3.

Nunes Marques embarcou no setor de aviação executiva do aeroporto de Brasília no fim da tarde de 26 de maio, uma quinta-feira.

Depois de uma escala rápida em Cabo Verde, na costa africana, o jatinho particular seguiu direto para o aeroporto de Le Bourget, nas proximidades de Paris.

A viagem de volta a Brasília teve início na segunda-feira, dia 30. O ministro pousou na cidade no início da madrugada de terça.

Procurado pela coluna, inicialmente Kassio Nunes Marques preferiu não se manifestar. Já no início da madrugada deste sábado, ele enviou uma nota em que diz lamentar a publicação do que classifica como “informações falsas”, mas não esclarece por que embarcou em um avião pertencente a um advogado que tem causas no STF.