Foragido da Justiça brasileira, Allan dos Santos, apareceu em uma transmissão ao vivo pelo perfil do Facebook do presidente Jair Bolsonaro (PL). Na ocasião, eles participaram de uma motociata ao lado de apoiadores, neste sábado (11), em Orlando, na Flórida.
O blogueiro aparece na garupa de um homem, a poucos metros da moto do mandatário brasileiro.
Em uma fala à imprensa, Bolsonaro não negou que poderia encontrá-lo. “Se estiver presente, eu falo com ele. É um cidadão. Falo com ele, sem problema nenhum. É um cidadão brasileiro. Se expressou, se foi bem ou mal, sua pena jamais poderia ser ameaça de prisão”, disse Bolsonaro. As informações são do jornal O Globo.
Pedido de prisão
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu pedido da Polícia Federal e determinou a prisão de Allan dos Santos, no início de outubro do ano passado. O militante, que era dono do extinto site Terça Livre, é investigado em dois inquéritos na Suprema Corte: um sobre a propagação de fake news e outro sobre participação em milícias digitais que ameaçavam a democracia brasileira.
Na decisão sobre a prisão, o ministro do Supremo afirma que existe “uma verdadeira organização criminosa, de forte atuação digital e com núcleos de produção, publicação, financiamento e político absolutamente semelhantes àqueles identificados no Inquérito 4.781, com a nítida finalidade de atentar contra a Democracia e o Estado de Direito”.
Ainda segundo Moraes, medidas decretadas anteriormente foram inúteis, pois “o investigado continua a incorrer nas mesmas condutas investigadas, ou seja, permanece a divulgar conteúdo criminoso, por meio de redes sociais, com objetivo de atacar integrantes de instituições públicas, desacreditar o processo eleitoral brasileiro, reforçar o discurso de polarização; gerar animosidade dentro da própria sociedade brasileira, promovendo o descrédito dos poderes da república, além de outros crimes, e com a finalidade principal de arrecadar valores”.
Apesar de Moraes ter determinado também a inclusão de Allan dos Santos na lista de procurados da Interpol e sua extradição, o processo, que depende da atuação do Ministério da Justiça brasileiro, segue arrastado.