Política

Datafolha: 56% dizem nunca confiar em nada do que diz Bolsonaro

O melhor desempenho do chefe do Executivo no quesito de confiança total desde o início do mandato foi em agosto de 2020, quando a taxa dos que diziam confiar sempre nele bateu 22%

Estevam Costa/PR
Estevam Costa/PR

Jair Bolsonaro (PL) se mantém na condição de presidente cujas declarações são tidas como nunca confiáveis pela maioria dos brasileiros, segundo pesquisa Datafolha desta semana. A parcela dos que dizem nunca acreditar nele chega a 56%, ante 53% em março, cenário considerado estável.

Ainda conforme o instituto, 26% respondem confiar às vezes e 17% sempre confiam; 1% não opinou. No levantamento anterior, o índice de crença parcial era de 29%. Os outros dois permaneceram iguais.

O ceticismo perene em relação ao atual titular do Palácio do Planalto é alimentado pelo próprio, que adotou uma conduta que inclui mentiras e disparates como estratégia para inflamar suas bases, fustigar rivais políticos e ganhar espaço na briga pela reeleição. Parte das falas é alvo de investigações.

Bolsonaro é o segundo colocado na corrida presidencial, com 27% das intenções de voto, 21 pontos percentuais atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que possui 48%, de acordo com o Datafolha.

A pesquisa foi feita com 2.556 eleitores acima dos 16 anos em 181 cidades de todo o país, na quarta (25) e quinta-feira (26). A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou menos. O levantamento, contratado pela Folha, está inscrito no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número BR-05166/2022.

Bolsonaro já chegou a registrar um percentual de 60% de desconfiança plena sobre suas declarações, em dezembro de 2021. O sentimento arrefeceu depois disso, mas agora volta a se aproximar do pico.

O melhor desempenho do chefe do Executivo no quesito de confiança total desde o início do mandato foi em agosto de 2020, quando a taxa dos que diziam confiar sempre nele bateu 22%.

Os dados desta semana mostram que o descrédito do presidente é maior entre as mulheres (59% delas nunca confiam, ante 53% deles), pessoas com renda de até dois salários mínimos (60%), moradores do Nordeste (66%), católicos (61%), autodeclarados pretos (63%) e quem reprova o governo (91%).