O senador Otto Alencar (PSD), 74, candidato à reeleição pelo grupo governista na Bahia, se defendeu nesta terça-feira (24) das críticas recentes sobre a sua idade avançada e presença no Legislativo nacional.
Recentemente, o ex-prefeito de Salvador se referiu ao Senado como a "casa da aposentadoria" e apelou pela renovação do parlamento, enaltecendo o pré-candidato da sua chapa, o deputado federal Cacá Leão, 42.
"Vi o candidato do união Brasil dizendo que o Senado agora vai ser renovado porque não é casa de aposentadoria. Eu achei uma declaração preconceituosa e faço desagravo", respondeu Otto em entrevista ao Ligação Direta, da rádio Salvador FM.
Otto citou políticos que foram eleitos para o Senado e que não encararam o cargo como um passaporte para o fim da trajetória na vida pública, entre eles o próprio avô de ACM Neto, o ex-goverandor e ex-seandor Antônio Carlos Magalhães, e o seu tio, Luiz Viana Filho.
"Na história da Bahia, alguns senadores foram eleitos com mais idade do que eu para o Senado, e não foram para se aposentar. Luiz Viana Filho, João Durval, Antônio Carlos Magalhães. Esse preconceito com quem tem experiência e idade, eu não esperava que ele pudesse fazer uma declaração neste sentido", apontou o parlamentar.
Segundo Otto, que foi destaque no ano passado em sua atuação na CPI da Pandemia, a "modernidade" está dentro de cada um, e destacou que existem muitos jovens que tem ideologias ultrapassadas e têm uma "cabeça atrasada".
Neste cenário, o antigo aliado desconfia que o vice-governador João Leão (PP), hoje pré-candidato a deputado federal pelo grupo de ACM Neto (UB), tenha desistido de disputar o Senado devido à sua idade avançada, conforme anunciado publicamente.
"Isso está na cabeça das pessoas, a modernidade. As concepções políticas do momento, ideológica, doutrinárias, não estão na certidão de nascimento, até porque o próprio vice-governador João Leão, por quem tenho muito respeito, não deve ter saído por causa da sua idade. Não procurei saber, mas não deve ter sido por isso", ponderou.
Apesar da reação, Otto explica que não pretende fazer ataques em sua pré-campanha e que não é parte do seu estilo de conduzir a política. Mesmo um dia tendo sido do lado oposto ao grupo que hoje pertence, aliado ao PT, o senador afirma que nunca empregou uma "linguagem dura" ou proferiu "xingamentos" contra adversários, mas que sabe marcar a sua posição.
"Vou trabalhar e mostrar aquilo que penso, que fiz durante meu período como senador […] não acho que deva ficar criticando quem quer que seja, mas se por acaso venha me provocar, eu saberei responder", resumiu.