O Instituto Baiano de Metrologia e Qualidade (Ibametro) tem sofrido nos últimos meses com um ambiente de degradação física e de suas atividades. O órgão que hoje é comandado pelo genro do deputado estadual Roberto Carlos (PV) – cunhado do vereador Randerson Leal (PDT) – não tem nem mesmo gasolina para realizar operações, segundo funcionários ouvidos pela reportagem, sob anonimato.
A “capitania hereditária dos Leal”, como chamam os servidores, apresenta problemas como infiltrações, mofo, buracos nos forros do teto e fios elétricos pendurados e expostos por toda a parte.
O parque de laboratórios e instrumentos localizado no CIA Aeroporto também está na lista de queixas. De acordo com informações recebidas, é possível deparar-se com um “cemitério de carros” pertencentes à antiga frota, abandonados no pátio a céu aberto e em constante deterioração, além de móveis antigos descartados de maneira incorreta.
Ainda segundo fontes ouvidas pela reportagem, o órgão que deveria atuar como defensor dos direitos dos consumidores, na verdade tem servido como cabide eleitoral do deputado Roberto Carlos e de seu filho, Randerson, que constantemente promovem reuniões de “incentivo” com os servidores. Em alguns momentos, chegam a pedir votos, o que é vedado pela Legislação Eleitoral.
Outro ilustre nome da “capitania” é o seu genro, Thales Dourado Moitinho Pinho, que ocupou por muito tempo uma cadeira como Coordenador da Diretoria de Desenvolvimento Empresarial e foi promovido ao cargo de Diretor-Geral do órgão após a saída de Randerson Leal para concorrer à vereança da capital baiana.
Apesar de movimentações políticas e trocas no comando de secretarias e órgãos do governo estadual, o Ibametro segue intocável.