Em abril deste ano, o aumento no número de pacientes com sintomas gripais atendidos nas unidades de saúde de Salvador supera o registrado no mesmo período do ano passado, quando a capital enfrentava a pandemia de Covid-19.
Mesmo com os casos de Covid-19 em queda, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e gripários de Salvador, só em abril deste ano, já atenderam 1.427 pacientes a mais, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
A médica infectologista, Adielma Nizarala, acredita que as viroses respiratórias normalmente costumam aumentar neste período de início do outono. No ano passado, o pico foi em maio. Já esse ano, o crescimento começou em abril. Para a médica, o maior número de casos em crianças é resultado de uma combinação de fatores.
“As crianças têm um sistema imunológico mais imaturo. Por ter voltado às aulas presenciais, por termos tirado as máscaras, isso tudo contribui para a normalidade, que é no outono e inverno, ter um número maior de doenças respiratórias”, explica.
O coordenador do InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz, Marcelo Gomes, acredita que a retirada das máscaras facilitou o caminho dos vírus respiratórios até as crianças. "A gente anda no transporte público, no ônibus, no metrô, enfim a gente se expõe nesses locais por não andar de máscara e acaba contraindo esse vírus. Levamos para a sala de aula, para a nossa casa e com isso acaba chegando nas nossas crianças", disse Marcelo Gomes.