Política

Discurso de Bolsonaro contra a corrupção perde força em ano eleitoral

O último escândalo no Ministério da Educação, que resultou na demissão de Milton Ribeiro, se soma aos casos de rachadinha dos seus filhos, da negociata para compra de vacinas contra a Covid-19 e tantos outros

Antonio Cruz/ Agência Brasil
Antonio Cruz/ Agência Brasil

Diante de novas suspeitas de corrupção no governo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) vê minado o seu discurso de combate à corrupção, justamente no ano em que busca a sua reeleição.

Mesmo com o discurso de aliados sobre a inexistência de corrupção no governo, indícios e investigações mostram o contrário, de acordo com a Folha de S. Paulo.

O último escândalo no Ministério da Educação, que resultou na demissão de Milton Ribeiro, se soma aos casos de rachadinha dos seus filhos, da negociata para compra de vacinas contra a Covid-19 e tantos outros.

Já no início do seu mandato, em 2018, uma reportagem trouxe à tona o crescimento patrimonial fora do comum da família Bolsonaro, enquanto revelada o esquema de funcionários fantasma que operava nos gabinetes dos filhos e do próprio Jair.

Após a eleição, mas ainda antes da sua posse oficial, Bolsonaro viu escancarar o caso com o aparecimento de Fabrício Queiroz, amigo pessoal do capitão e quem operava o esquema de rachadinhas.

Um ano e meio após aceitar o convite de Bolsonaro, o agora ex-ministro Sergio Moro denunciou uma suposta tentativa do presidente de interferir no comando da Polícia Federal, com a tese de que colocaria alguém da sua confiança no Rio de Janeiro, onde justamente ocorriam as investigações contra Flávio Bolsonaro.

Presidente do Instituto Não Aceito Corrupção, Roberto Livianu defende que as "evidências" comprovam que o governo Bolsonaro está longe de combater a corrupção.

"As atitudes concretas vão na direção oposta. Há muitas evidências na direção que, infelizmente, essa narrativa é desmentida pela realidade", lamentou.

No caso mais recente do MEC, áudios mostraram que pastores evangélicos controlavam paralelamente a liberação de recursos na pasta para os municípios, envolvendo até a troca por barras de ouros em suas negociações.

Após a demissão de Milton Ribeiro, uma suspeita de superfaturamento envolveu o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Um aliado de Lira é dono da empresa que comprou kits de robótica e vendeu ao Governo Federal, para serem posteriormente repassados a escolas que sofrem com infraestrutura e até com falta de água.

Os kits foram vendidos por um preço 400% maior do que foi adquirido.