Alunas do Sesi Djalma Pessoa, localizado em Piatã, realizaram um protesto nesta sexta-feira (25), após uma situação de assédio envolvendo estudantes da unidade, na quinta-feira. Ao Portal Salvador FM, uma aluna alegou que funcionários do local menosprezaram a situação e tentaram culpar as vítumas.
“Eles foram pra cima da menina, beijar ela a força e tocar nas partes íntimas. E aí reuniram um grupo de alunos para ir pra cima deles. As tias [funcionárias do local] viram o tumulto e foram ver o que tinha acontecido e aí elas tentaram culpar a menina, falando que não tinha necessidade daquela confusão toda e que a calça dela era muito justa e marcava muito”, relatou uma aluna ao Portal Salvador FM.
“Algumas foram assediadas com abraços por trás, na região torácica, com intenção de tocar nos seios delas. Ele pegou na bunda de uma garota da escola e foi quando o vídeo da ‘briga’ foi feito [veja abaixo]. Os amigos da garota foram questionar ele sobre isso e ele continuou negando. Até que ele colocou o dedo na cara da garota falando que ela tava mentindo e o amigo dela partiu pra cima dele e os dois foram levados para a coordenação. Uma moça que trabalha na escola disse que isso foi culpa das roupas curtas das meninas”, revelou outro aluno.
Confira no vídeo, alunos reunidos nos corredores da unidade:
Indignadas com a situação, alunas se reuniram e espalharam cartazes pela unidade, em sinal de protesto. Veja abaixo:
Ao nosso Portal, um dos alunos revelou que esse não foi um caso isolado e que, inclusive, meninos também foram assediados. “Nas primeiras semanas de aula o aluno começou com umas ‘brincadeiras’ estranhas de pegar nos orgãos sexuais dos garotos, inclusive dos meus amigos, que se irritaram com a situação e foram falar com ele para parar com isso. Mas ele continuou até que eles falaram novamente e ele parou de fazer, ao menos com os meus amigos”, explicou.
Segundo informações, os alunos do colégio foram proibidos de falar sobre o ocorrido nas redes sociais. “Muitos dos professores falavam em suas aulas para não comentarem do assunto pois a escola estava fazendo algo. Muitos do cartazes foram retirados. Pude ver também que o coordenador estava no nosso andar de aulas proibindo a entrada na sala do assediador e mandando o povo para a sala até antes do horário de início das aulas com truculência”, explicou o aluno.
Ainda, de acordo com informações, os alunos foram suspensos e o assunto está sendo resolvido com as famílias. Há possibilidade de transferência para outra unidade ou de expulsão da rede. “Os líderes de sala foram alertados pela coordenação para avisar a todas as salas de que o caso estava sendo apurado e que o acusado estava suspenso das atividades escolares por tempo indeterminado”.
Em nota, o Sesi informou que os fatos estão sendo apurados. Confira na íntegra:
“A escola Sesi Bahia tomou conhecimento do episódio recente em uma das suas unidades escolares e está apurando os fatos para adotar as medidas necessárias previstas no regulamento da instituição. Reiteramos nosso posicionamento em respeito aos direitos individuais e coletivos, bem como repudiamos toda forma de violência. Reafirmamos o nosso compromisso de promover no ambiente da escola um espaço de educação e construção de valores, balizados nos mais elevados princípios éticos e práticas humanistas.”