O dirigente baiano Ednaldo Rodrigues, 68, foi eleito nesta quarta-feira (23) como novo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em plenário no Rio de Janeiro.
A sua vitória já estava articulada nos bastidores e a sua chapa foi a única a se candidatar. Ele estava no cargo desde agosto de 2021, quando Rogério Caboclo foi afastado por acusações de assédio moral e sexual.
Foram 137 votos favoráveis dos 141 possíveis, e a única federação que não votou foi a alagoana. O mandato dura até 2026.
Em seu discurso, Ednaldo Rodrigues, ex-presidente da Federação Baiana de Futebol, disse que a sua nomeação para o comando da CBF é a vitória dos que lutam contra "o preconceito".
Natural de Vitória da Conquista, no sul da Bahia, o dirigente lembrou toda a sua trajetória em que encontrou dificuldades por ser nordestino, baiano e negro.
O vice-presidente da CBF, Gustavo Feijó, conseguiu uma liminar na Justiça alagoana suspendendo a eleição, mas a entidade se defendeu com base em uma decisão no Rio de Janeiro que permitiria o pleito.
"Não foi um processo fácil, nove meses de injúrias, infâmias. E hoje a democracia venceu. Passei o tempo todo me defendendo, sobretudo do preconceito", disse Ednaldo, relatando toda "pressão" sofrida nos últimos meses.
"Não fui só eu quem disse 'não' a esses preconceitos. Agradeço a todos vocês, das 26 deferações presentes, os 20 clubes da Série A, que estão dizendo 'não' ao preconceito […] que nenhuma interferência externa possa subjulgar esse trabalho", declarou.
*Com informações de Emídio Pinto, que viajou para o Rio de Janeiro para acompanhar a votação