Uma operação contra um esquema de fraudes na Previdência Social foi deflagrada no interior da Bahia, nesta terça-feira (22). O alvo da Operação Marco Verso é um servidor público que atuava nas agências de Mutuípe e Amargosa. Ele agia em parceria com uma advogada de direito previdenciário, segundo a polícia.
Estão sendo cumpridos quatro mandados de busca e apreensão, sendo dois em Santo Antônio de Jesus e dois em Amargosa, expedidos pela Justiça Federal, em Jequié, que decretou também o afastamento das funções públicas do servidor do INSS. O prejuízo aos cofres públicos é estimado em R$ 3 milhões, referentes a 47 benefícios fraudados. A operação acontece em conjunto com com a Coordenação-Geral de Inteligência Previdenciária e Trabalhista (CGINT) do Ministério do Trabalho e da Previdência.
As investigações apontam que, desde 2016, o servidor concedia benefícios com inserções de atividades urbanas e rurais fictícios nos sistemas da Previdência, com agendamentos e antecipação de atendimentos.
Ainda de acordo com a polícia, o servidor fazia os atendimentos em detrimento do sistema de agendamento do INSS, "burlando a impessoalidade e atuando indevidamente nos processos". As concessões aconteciam principalmente em reabertura de processos administrativos de benefícios indeferidos anteriormente, mediante a inserção de dados fictícios. Assim, os benefícios geravam pagamentos retroativos em valores altos, em parcela única.
A suspeita é de que a concessão indevida dos processos beneficiava especialmente os clientes de uma advogada com atuação na área previdenciária na região de Santo Antônio de Jesus, Mutuípe e Amargosa. Os valores decorrentes dos citados pagamentos indevidos eram, em sua maioria, transferidos pelos segurados à citada advogada.