Um dia após a oficialização do desembarque do PP na base de ACM Neto (União Brasil), o ex-prefeito de Salvador afirmou nesta sexta-feira (18), em entrevista à rádio Metrópole, que diante da experiência do senador Jaques Wagner (PT) como um articulador político, espera outra postura em relação ao vice-governador João Leão.
Wagner comunicou a permanência de Rui no Palácio de Ondina até o fim do ano, o que acabou com a articulação que levaria Leão ao cargo de governador por nove meses, enquanto o petista sairia pelo Senado.
"Tenho impressão que esse fator contribuiu muito e fiquei tão surpreso quanto os baianos e quem entende de política. O senador Jaques Wagner sempre foi muito experiente na política, um político muito hábil. O que me surpreendeu e certamente isso causou perplexidade em Leão e em toda a turma do PP, o fato de Wagner nem sequer ter dado um telefonema para Leão antes da entrevista. O mínimo que a gente pode esperar é a consideração de um telefonema. Na política, as circunstâncias mudam e aí você tem que sentar olhar no olho e dizer "não vou poder mais lhe atender, vamos mudar aqui?", ponderou Neto.
A situação foi o marco para a guinada do PP para o lado do União Brasil. Agora, Leão deve ser candidato ao Senado na chapa que tem ACM Neto como pré-candidato ao Governo da Bahia.
No dia seguinte, Neto já se reuniu com o partido em Brasília, e segundo ele já foi possível perceber no semblante de Leão a "decepção".