O jovem Vitor Werikana, indígena de 23 anos da etnia Pataxó, foi assassinado a tiros neste domingo (13), na cidade de Porto Seguro, no sul da Bahia, após reclamar do som alto em uma festa próxima à sua casa.
Ele cuidava do filho recém-nascido, de apenas um mês de vida, por isso teria ido falar com organizadores do evento para pedir que abaixassem a música.
A festa 'paredão' intitulada de "Sigilo Fest" aconteceu em trecho da BR-367, na região de Ponta Grande, local conhecido pela presença dos pataxós.
A informação foi confirmada pelo cacique Fred Pataxó, importante liderança da Aldeia Mirapé, ao Portal Salvador FM. A polícia teria sido acionada antes de Vitor fazer o apelo, mas não foram até o local.
Fred Pataxó assegurou que a Prefeitura de Porto Seguro ainda não se pronunciou sobre o assunto e que o caso será levado à Funai.
Nas redes sociais, muitos se manifestaram sobre a tragédia e associaram o crime às recentes invasões dos territórios indígenas.
Ainda não estou acreditando q fizeram isso com vc. Ainda é difícil d acreditar q não veremos mais seu sorriso e sua força nas mobilizações.
Vc se foi, Vitor, mas deixa um legado de coragem.
Quando territórios Indígenas são invadidos, o resultado é a morte.#JustiçaPorVitorPataxó pic.twitter.com/G0jZvQdsos— Thyara #VacinaParentinho♥️ (@PataxoThyara) March 14, 2022
Meu amigo, que covardia te tirarem de nós, acordei com a notícia triste de que você havia partido, vivi um filme das coisas que passamos juntos, das risadas, do nosso último encontro a um mês onde me cobrou uma visita, vamos sentir sua falta Vítor, falta da sua risada e coragem, pic.twitter.com/XSzLD3x9iu
— Alice Pataxó #MarcoTemporalNao (@alice_pataxo) March 14, 2022