O presidente Jair Bolsonaro (PL) decidiu pela não adesão do Brasil a uma ação movida por 39 países que pedem a investigação contra o governo de Vladimir Putin, da Rússia, no Tribunal Penal Internacional, em Haia.
O próprio Bolsonaro já foi denunciado pelo menos cinco vezes no mesmo tribunal por sua conduta diante da pandemia de Covid-19. Ele é acusado por indígenas, ativistas, líderes sindicais e advogados internacionais de crimes contra a humanidade e genocídio.
Diplomatas europeus, segundo informações do UOL, atribuem a isso o fato de Bolsonaro não querer participar da ação, que denuncia crimes de guerra na Ucrânia. Pelo denúncia, um inquérito foi aberto imediatamento pelo procurador Karin Khan.
Além de parte dos países europeus, assinaram a ação Canadá, Reino Unido, Austrália, Colômbia e Costa Rica. Até aliados do presidente Bolsonaro, como os presidentes de extrema-direita da Hungria e Polônia assinaram a favor da abertura da investigação.
"Estes encaminhamentos permitem ao meu escritório proceder à abertura de uma investigação sobre a situação na Ucrânia a partir de 21 de novembro de 2013, abrangendo assim dentro de seu escopo quaisquer alegações passadas e presentes de crimes de guerra, crimes contra a humanidade ou genocídio cometidos em qualquer parte do território da Ucrânia por qualquer pessoa", explicou Khan, que avisou que a fase de coleta de provas já iniciou.
O procurador assegurou que todo o processo será realizado "de forma objetiva e independente, com pleno respeito ao princípio da complementaridade".
"Ao fazer isso, continuaremos concentrados em nosso objetivo central: assegurar a responsabilidade pelos crimes que se enquadram na jurisdição da Corte", sintetizou.