A Assembleia-Geral da Organizçação das Nações Unidas (ONU) aprovou nesta quarta-feira (2) uma resolução contra a invasão da Rússia à Ucrânia, que já dura sete dias. Foram 141 votos favoráveis, incluindo o do Brasil, 5 contra e 35 abstenções.
Os únicos países que se posicionaram contra a resolução que contraria a invasão foram a própria Rússia, Belarus, Síria, Coreia do Norte e Eritreia. A China, um dos principais aliados da Rússia, se absteve.
Cuba, Venezuela, Nicarágua, Síria e Coreia do Norte denunciaram, por outro lado, os "duplos padrões" e falta de coerência dos Estados Unidos e dos europeus, que não hesitaram em invadir países como Iraque, Afeganistão, Líbia ou Síria. As informações são do G1.
A resolução não tem efeitos práticos nem são vinculantes, ou seja, não obriga mediante punição que nenhum país tome qualquer atitude. Contudo, o documento tem validade política, pois define a posição dos países em relação à conduta do governo russo.
Parte da comunidade internacional acusa o presidente do país, Vladimir Putin, de violar o artigo 2 da Carta das Nações Unidas, que define que os seus membros não utilizem da imposição da força para resolver diferenças.
Agora, os países-membros da ONU deixam de "condenar" para "deplorar nos mais fortes termos a agressão da Rússia à Ucrânia".
A representação do Brasil ressaltou que a resolução não seja, entretanto, uma brecha para que apliquem sanções indiscriminadamente e sejam enviadas armas de fogo, que no fim estimulariam o conflito na região.
"[…] a resolução não pode ser vista como permissiva à aplicação indiscriminada de sanções e ao envio de armas. Essas iniciativas não conduzem à retomada adequada de um diálogo diplomático construtivo e correm o risco de aumentar ainda mais as tensões com consequências imprevisíveis para a região e além", disse.