Golpistas fizeram mais uma vítima no WhatsApp, em Salvador. A administradora de empresas, Master Coach, Ritah Oliveira, realizou um pix de R$ 2.100 para seu suposto irmão, que teria trocado de número.
Ritah indica que recebeu uma mensagem de um número novo que dizia ser seu irmão, que estava trocando de número para contatos pessoais. Ele questionou onde ela estava e pediu um favor: um pix de R$ 2.100. Pelo irmão ter uma empresa, ela confiou no golpista e realizou a transferência.
Pela tarde, uma outra irmã da vítima informou que aquele não era o número do irmão e que ele não havia feito troca nem solicitado nenhuma transferência.
O contato estava com a foto do perfil original do irmão, induzindo ao golpe. Ela alega que os criminosos vão dando os passos e conseguem todos os dados necessários sobre sua vida, tentando mais tarde dar um golpe no irmão, e na mãe de ambos.
A administradora registrou queixa e passou a informação aos dois bancos, o que realizou a transação e o que recebeu, mas não obteve estorno, até o momento.
O gerente do local indicou a ela senhas familiares para os contatos em caso de valores altos de transferência. Exemplos são locais que costuma frequentar, comidas favoritas, e coisas em comum.
Conheça agora alguns mecanismos para evitar cair em golpes e o que fazer se for uma das vítimas:
– Caí em um golpe e transferi dinheiro para o criminoso. E agora?
Caso a transferência de recursos tenha se concretizado, é importante fazer o boletim de ocorrência o quanto antes e comunicar imediatamente a instituição financeira, tanto a de origem quanto a de destino, se diferentes.
Os dados da conta bancária e o número do telefone de origem do golpe contribuem para as investigações que podem ser iniciadas a partir da denúncia formal. As capitais e grandes cidades geralmente possuem delegacias especializadas em crimes digitais, que possuem mais ferramentas e expertise para lidar com esse tipo de golpe.
Além do boletim de ocorrência, a denúncia também pode ser feita diretamente para o e-mail '[email protected]'. Quanto mais informações para demonstrar a estratégia utilizada para o golpe e possível identificação de autoria, melhor.
– WhatsApp clonado
Para clonar a conta de Whatsapp, o golpista se passa por uma empresa conhecida do usuário, como sites de varejo muito populares ou com alguma oportunidade que seja interessante para a vítima.
Na ligação ou troca de mensagens, o criminoso envia uma solicitação para o número de celular da vítima e, em seguida, pede o código de seis dígitos do WhatsApp que aparece na tela, o que permite que eles habilitem a conta em outro celular e começar a receber mensagens dos contatos da vítima. Assim, o WhatsApp da vítima é clonado e o golpista passa a ter acesso à sua lista de contatos, a quem normalmente solicita dinheiro.
Pra evitar esse tipo de golpe, o usuário deve utilizar a confirmação de duas etapas no Whatsapp (que funciona como uma senha), além de buscar um antivírus reconhecido no mercado.
Se ainda assim o usuário sofreu o golpe, a estratégia deve envolver a contenção dos danos imediatos, como informar bancos, bloquear cartões e alterar senhas de email e de plataformas que contenham dados pessoais e financeiros.
– Contas falsas
O uso de contas falsas para enganar contatos é outro tipo de golpe que se tornou bastante popular no último ano. O criminoso cria uma conta no WhatsApp com um número novo e registra como se fosse a vítima, copiando seu nome, foto de perfil e status. Depois, entra em contato com os familiares afirmando ter "trocado de número" e pedindo dinheiro emprestado, geralmente para situações com suposta urgência.
Caso caia no golpe, informe o quanto antes para a sua rede de contatos de que não se trata de você, registre um boletim de ocorrência e contate a operadora de telefonia para denunciar que aquele determinado número está sendo utilizado para práticas criminosas. Além disso, busque ao máximo limitar o acesso a fotos a terceiros.
– Aplicar golpes virtuais pode resultar em prisão?
De acordo com a Lei 14.155/21, a prática de fraudes, estelionatos, invasão de dispositivos com o intuito de furtar, apagar ou alterar dados nos meios digitais, incluindo os golpes via WhatsApp, pode resultar em uma condenação de quatro a oito anos de prisão.
– Aplicativos espiões
O WhatsApp também pode ser clonado por spywares, aplicativos espiões que permitem que um hacker – ou até alguém próximo da vítima – monitore as atividades em seu celular.
Assim, o criminoso consegue vigiar a vítima e tem acesso a seus dados pessoais, incluindo informações bancárias e código de verificação do WhatsApp.
Para se proteger, a recomendação é não baixar aplicativos que prometam ganhos (financeiros ou de seguidores nas redes sociais), ou funções que não existem (para saber quem visitou seu perfil no Instagram, por exemplo).
– Roubo de chip
Para aplicar o golpe, o criminoso liga para a operadora se passando pelo responsável pela conta, afirmando que o celular foi roubado, e pede o registro de um novo chip. Se a operadora for enganada, o antigo número é registrado no novo chip, dando ao golpista o acesso aos grupos e à lista de contatos da pessoa no WhatsApp. Quando o novo chip é ativado, o original é bloqueado.
Neste caso, o criminoso age sem qualquer interação com a vítima, então é possível somente controlar os danos, segundo os especialistas.
A pessoa deve contatar a operadora, formalizar um boletim de ocorrência e contatar as empresas perante as quais foram realizadas compras (caso tenham ocorrido) para que o cadastro seja bloqueado, buscando ainda os ressarcimentos e indenizações perante o judiciário.