Política

Entidade privada se pronuncia em defesa de promotor do MP investigado por corrupção

Tanto o promotor quanto a associação alegam que continuam confiando no julgamento do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) respeitando às normas da Constituição brasileira

Divulgação/MPBA
Divulgação/MPBA

A Associação do Ministério Público do Estado da Bahia (Ampeb), entidade privada que representa os promotores e procuradores do estado, saiu em defesa do promotor de Justiça Everardo José Yunes, investigado por crime de corrupção e lavagem de dinheiro.

Em comunicado enviado à imprensa, a associação destaca a atuação de Everardo ao longo de 22 anos à frente do MP, período vivido sem a aplicação de nenhuma "punição disciplinar", e que uma ação penal não anula o direito à "presunção de inocência".

Tanto o promotor quanto a associação alegam que continuam confiando no julgamento do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) respeitando às normas da Constituição brasileira.

A Ampeb disse que vai continuar a prestar assistência ao promotor.

O CASO

Everardo José Yunes Pinheiro e sua esposa, a advogada Fernanda Manhete Marques, além da empresária Adriana Almeida da Anunciação da Cunha foram denunciados pela prática de corrupção e lavagem de dinheiro. O MP pediu que a Justiça determine a perda da função pública do promotor de Justiça, em caso de eventual condenação, bem como o compartilhamento de todas as evidências probatórias constantes na investigação à Corregedoria Nacional do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), à Corregedoria-Geral do MP baiano, e a inclusão em outras frentes investigatórias em trâmite na Procuradoria-Geral de Justiça baiana para a adoção das providências cabíveis.

Conforme a denúncia, o casal teria solicitado, em duas oportunidades, pagamento de vantagem indevida à empresária em troca de manifestações ministeriais favoráveis em procedimentos investigatórios e processos contra ela que tramitavam na comarca de Camaçari. 

As provas iniciais mostram que, com o aval do promotor de Justiça, a advogada realizava as tratativas prévias e captação das vantagens indevidas, mediante contrato dissimulado de serviços advocatícios, com a promessa de resolução rápida das demandas e isenção de quaisquer responsabilidades da empresária, que seriam garantidas pela atuação do promotor de Justiça. 

Segundo informou a Procuradoria, a investigação prossegue visando o aprofundamento das apurações em relação a outros fatos e investigados ainda não relacionados na denúncia.