Política

Bacelar diz que Brasil está na "contramão" do mundo ao proibir jogos de azar: "Nem em países muçulmanos"

Em conversa com o Portal Salvador FM, Bacelar lembrou que os jogos acontecem independente de ser ou não proibido, e que nem nos países "muçulmanos", tradicionalmente conservadores, o tema é tão restrito

Agência Câmara
Agência Câmara

Líder do grupo de trabalho da Frente Parlamentar que debate a legalização dos jogos de azar no Brasil, o deputado federal Bacelar (Podemos-BA) afirmou nesta quarta-feira (23) que o país está na "contramão" do que tem acontecido no mundo, com a regulamentação da prática.

Está previsto para hoje a apreciação do PL que legaliza cassinos, jogo do bicho, bingos e apostas esportivas. Em conversa com o Portal Salvador FM, Bacelar lembrou que os jogos acontecem independente de ser ou não proibido, e que nem nos países "muçulmanos", tradicionalmente conservadores, o tema é tão restrito. No Brasil, a matéria também sofre pressão da bancada evangélica no Congresso Nacional.

"Não há hipóteses do 'não jogo', em toda a sociedade você tem o jogo legal ou ilegal. Na maioria dos países do mundo, desenvolvidos, ricos, civilizados, democráticos, optaram pela legalização, só os países atrasados que não. Nem em todos os países muçulmanos o jogo é proibido, como Marrocos, Tunísia, Egito […] o Brasil está na contramão do mundo", criticou Bacelar.

"O jogo é liberado, o que não é permitido é a iniciativa privada explorar o jogo, o estado arrecadar e o cidadão ter a proteção do estado. Só isso que não acontece", pondera.

A estimativa é de que o Brasil movimente cerca de R$ 20 bilhões por ano em apostas e jogos de azar. Deste montante, cerca de R$ 6 bi poderiam ser revertidos em taxação de impostos e revertidos para o Estado.

FUTURO

Diante de um impasse ao ver o seu partido abrigar a candidatura do ex-juiz Sergio Moro, Bacelar deve aguardar a decisão sobre a chapa majoritária que vai disputar o Governo da Bahia para decidir qual será o seu destino.

Em recente conversa com diretório do PSOL, o deputado foi elogiado, mas garante que não houve nenhum convite formal. O parlamentar ressalta que o PSOL é um partido de esquerda e que ele se coloca no espectro político como de "centro-esquerda".

"Eu admiro o PSOL, tenho excelente relacionamento com a bancada federal, mas sou um parlamentar de centro-esquerda e o PSOL é de esquerda. E também não fui convidado oficialmente, nós fizemos uma reunião de análise de conjuntura. Como estamos no mesmo arco, é natural manter as conversas", justifica.