A votação do projeto de lei nº 24.362/2021, que permite a privatização da Embasa, está prevista para a tarde desta terça-feira (22), na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). A apreciação na última quarta-feira (16) foi derrubada por falta de quórum. A proposta é rechaçada por alguns deputados das bancadas governista e de oposição.
O diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia (Sindae), Aloísio Rocha Filho, disse ao Portal Salvador FM que o grupo se mobilizou em frente à Casa e aguarda a bancada do PT passar as modificações no projeto enviado pelo Executivo. O grupo se reuniu ontem (21), com Rui Costa (PT), para pontuar as insatisfações e pediu alterações no texto.
“O projeto para as microrregiões tem que existir, o problema é que não concordamos com a proposta. A Embasa, hoje, pega água bruta, trata e distribui. Entretanto, no projeto, a Embasa pegava água bruta, tratava e vendia para alguma empresa distribuir, ou seja, isso enfraqueceria a empresa, demitindo funcionários, reduzindo a operação. Colocamos para o governador que ele estava querendo abrir para empresas privadas, e ele teve o entendimento que a gente tinha razão e ficou de ajustar essa redação e estamos esperando o novo projeto. Estamos mobilizados, aguardando a bancada do PT passar para gente”, explicou Rocha.
Também contra a proposta, o deputado estadual Hilton Coelho (PSOL) juntou-se ao Sindae em frente à AL-BA por acreditar que a proposta seja “comprovadamente privatista”.
“A população é sensível a esse tema, ela compreende que a sua vida está relacionada a isso, é água de beber, de cozinhar, de banhar e de produzir também. O Sindae vanguardeia ao ver um grande movimento. Aqui estão representações de diversos partidos, de diversas organizações do movimento social, e temos esperança que o governo se sensibilize com relação ao recado que a sociedade está mandando e retire esses projetos, que são comprovadamente privatistas”, disse ao Portal.
O parlamentar ainda deseja uma nova derrubada de quórum, assim como na semana passada, que foi marcada por protestos e insatisfação dos deputados.“Semana passada, houve a derrubada do quorum, foi uma ação consciente, e eu tive a honra de participar do processo de articulação. Nossa expectativa é que aconteça o mesmo hoje. Foram muitos discursos contrários, da base e oposição, e virou um consenso que não dá para fazer isso com a nossa Embasa”, finalizou.