Polícia

Ex-funcionário e advogada caem em “emboscada” e são agredidos por dono da Amávia

O crime aconteceu no dia 2 de fevereiro, durante tentativa de acordo trabalhista

Reprodução
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Rafael Batista, ex-funcionário da Amávia Cosméticos, e sua advogada Yasmin Oliveira foram agredidos pelo CEO da empresa, Carlos Nunes, ao tentarem realizar um acordo trabalhista. O crime ocorreu no dia 2 de fevereiro durante uma reunião. Yasmin e seu cliente teriam frisado que a reunião poderia ser feita de forma online, mas Carlos preferiu realizá-la de forma presencial.

“Entraram em contato com Rafael e solicitaram uma reunião presencial. Quando a gente chegou lá, na verdade foi uma emboscada. Colocaram a gente em uma sala distante, onde não tinham câmeras, de difícil acesso à porta, com a intenção justamente dele fazer ameaças e agredir Rafael. E todas essas ameaças foram feitas pelo CEO”, explicou Yasmin ao Portal Salvador FM. “Ficou muito claro que se não fosse um homossexual e uma mulher, ele não teria feito isso, porque ele deixou bem claro ‘É assim que eu resolvo os meus problemas’, nos chamou de forma intencional para resolver isso”.

A advogada relatou o momento da agressão e disse como eles conseguiram escapar. “Enquanto Rafael estava sendo espancado, estava no chão, eu tentei entrar em contato com a polícia e gritar, já que os funcionários não vinham até a gente. E quando ele viu que eu estava conseguindo entrar em contato com a polícia, ele veio direto para me bater e foi aí que eu fui agredida. Após isso, alguns funcionários começaram a chegar e contiveram ele. Foi preciso 5 funcionários para conter ele. A gente ficou preso em uma sala, nessa sala que a gente estava. Eu consegui trancar a porta dessa sala e solicitei escolta policial”, relatou a advogada.

Segundo ela, Rafael vinha sofrendo assédio por sua supervisora, então decidiu sair da empresa e propor um acordo trabalhista para que os seus direitos fossem reconhecidos. “Ele não recebia os valores compatíveis, não teve recolhimento compatível, então não teve pagamento das horas extras, várias questões que não haviam sido realizadas no contrato de trabalho de Rafael. Ele vinha sofrendo assédio por sua supervisora, e por isso, Rafael solicitou uma tentativa de acordo, porque ele não queria pedir demissão e perder todos os direitos”.

Após a agressão, as vítimas prestaram Boletim de Ocorrência na 34ª Delegacia de Polícia Territorial, porém eles ainda sofrem com as ameaças. “Fizemos exame de corpo de delito e estamos em busca, porque ele continua ameaçando, continua fazendo terror […] Outros funcionários, principalmente mulheres, estão entrando em contato comigo para relatar situações semelhantes. Muitas não chegaram a ser agredidas fisicamente, mas todo tipo de assédio, todo tipo de violência,agressão verbal, sair sem os meus direitos. Então já é uma prática recorrente da empresa”, relatou.

Yasmin elogiou ainda a atuação da polícia com o caso. “A polícia agiu da melhor forma possível, procuraram ele no dia para tentar prender em flagrante e não conseguiram. Ele já tinha saído de carro, já tinha fugido […]. Me instruíram a fazer logo o exame de corpo de delito no mesmo dia, uma delegada, o que me deixou muito mais confortável para dar o meu depoimento. O fato de ser uma mulher e entender essa questão de violência contra a mulher”.

Até o momento, a Amávia não se pronunciou sobre o ocorrido. O Portal Salvador FM está aberto para ouvir a versão da empresa sobre o assunto.

 

Confira publicação de Rafael na íntegra: