Política

Pré-candidatos à presidência apresentam diferentes perfis em relação às privatizações; confira

Enquanto Doria e Moro defendem o movimento, Lula e Ciro Gomes são contra a participação do capital privado em empresas públicas

André Motta de Souza/ Agência Petrobras
André Motta de Souza/ Agência Petrobras

Os pré-candidatos à presidência demonstram opiniões divergentes quando o assunto é privatização de estatais. João Doria (PSDB) e Sergio Moro (Podemos) defendem o enxugamento do Estado. Já Lula (PT) e Ciro Gomes (PDT), são contra as participações do capital privado em empresas públicas. O presidente Jair Bolsonaro (PL), ainda avalia como tratará o tema e qual será o papel na campanha do ministro da Economia, Paulo Guedes, nas idas e vindas dos projetos de privatização.

A equipe econômica do governo Bolsonaro projetava arrecadar cerca de R$ 1 trilhão com desestatizações na campanha de 2018. Entretanto, no quarto ano de governo, nenhuma estatal sob controle direto da União foi vendida. Para a campanha de 2022 do presidente, Guedes ainda não é uma certeza no programa econômico. 

O ministro acumula desgastes com o Congresso, e duas das desestatizações que trata como prioridade neste ano, a da Eletrobras e dos Correios, enfrentam resistências políticas e técnicas. 

Lula e Ciro, utilizam como exemplo os problemas na gestão Bolsonaro para defender a participação estatal nas empresas. O ex-presidente, que usou a estratégia de atacar vendas nas áreas de mineração e de distribuidoras de energia nos governos FHC em campanhas contra o PSDB, em 2002 e 2006, tem visto aliados marcarem posição contra a privatização dos Correios e da Eletrobras.

Lula também declarou na última semana, ser contra a política da Petrobras de paridade de preços com o mercado internacional, mas não detalhou ainda ideias de modelos substitutos. Já Ciro, tem a proposta de estipular um “lucro razoável” para a Petrobras, baseado na rentabilidade de produtoras de petróleo estrangeiras, como forma de amenizar o alto valor do combustível.

Em entrevistas, Moro tem sugerido privatizar não só a Petrobras, mas também bancos públicos, como a Caixa e o Banco do Brasil. 

No caso de Dória, que já declarou ver com bons olhos uma venda da participação do governo no BB, a equipe econômica que atua em sua pré-campanha tem feito estudos sobre a privatização de um dos dois bancos públicos.

Apesar de o tema gerar discussões entre os diferentes grupos políticos, especialistas do setor e do mercado financeiro são unânimes em defender os reajustes praticados pela estatal em linha com os valores do mercado externo.