“Em virtude de restrições na infraestrutura do Aeroporto de Salvador, pedimos que antecipe sua chegada em 2 horas”. A mensagem da empresa aérea Gol foi recebida com surpresa pelo analista de sistemas Cláudio Ferraz, 46 anos. Ontem, ele foi obrigado a desmarcar um compromisso com a família para cumprir a recomendação da companhia e conseguir embarcar tranquilo para Brasília, onde mora.
As tais restrições puderam ser vistas de perto pelo passageiro que foi usar o banheiro e deu de cara com uma placa de interditado. “Agora vou ter que segurar minha onda, até chegar na área de embarque”, comentou, decepcionado.
Diariamente
O problema de milhares de turistas que circulam pelo Aeroporto Internacional de Salvador enfrentam quando viajam é vivenciado por aqueles que lá trabalham todos os dias. Eles acompanham e relatam tudo: banheiros interditados ou sujos, bebedouros com limo e possível contaminação, pisos sem varrer.
Os vendedores e funcionários são informados pela Infraero, que administra o terminal, de que os banheiros estão interditados para a limpeza e manutenção. Mas os sanitários ficam fechados por horas, às vezes dias, atrapalhando a rotina de quem trabalha no local. “Como fico sozinha, frequentemente tenho que fechar a loja (no terceiro pavimento) para usar o banheiro lá embaixo (no piso de desembarque)”, contou a vendedora Roseane Lemos, 51, que trabalha no aeroporto há 23 anos.
Legado da Copa
Paulo Gaudenzi, diretor-presidente da Salvador Destination, associação que é responsável por vender a cidade como destino turístico no segmento de eventos nacionais e internacionais, lamenta a falta do tão falado legado da Copa. “Nosso aeroporto não condiz com a terceira maior cidade em população. Nosso grande defeito foi não ter conseguido para a época da Copa uma reforma verdadeira do local”, afirmou o dirigente, para quem é urgente ao terminal a ampliação da estação de passageiros e a construção da segunda pista.