Após informações pessoais de médicos defensores da vacinação contra a Covid -19 em crianças serem vazadas e distribuídas entre grupos bolsonaristas, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, se esquivou da responsabilidade. “Eu sou ministro da Saúde, eu não sou fiscal de dados”, disse Queiroga, nesta sexta-feira (7).
Segundo o site Congresso em Foco, Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações; Marco Aurélio Sáfadi, da Sociedade Brasileira de Pediatria; e Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações tiveram seus dados vazados após participar de audiência pública organizada pelo Ministério da Saúde, na terça-feira (4). Desde então, eles relatam que vêm sofrendo ataques e ameaças de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Ainda de acordo com a publicação, antes de participar do evento eles preencheram documentos sobre possíveis conflitos de interesse indicando empresas nas quais já prestaram serviço. Foi justamente este material, com dados de CPF, e-mail e telefone celular dos médicos, que vazaram. A deputada federal Bia Kicis (PSL), defensora do presidente, admitiu que teve acesso aos documentos e os repassou em grupos de WhatsApp.
“Compartilhei em um grupo de zap [Whatsapp] de médicos. Quando me avisaram no Ministério da Saúde que alguém havia postado, pedi imediatamente que quem o fez removesse. Mas o ministério me informou que os documentos iriam para o site. Por isso entendi que eram públicos”, declarou a parlamentar.
Ao ser questionado pelos jornalistas sobre como Kicis teve acesso ao material, o ministro Marcelo Queiroga disse não ter conhecimento.