Política

Infectologista rebate Queiroga: “Não existe patamar aceitável de óbito de criança"

Luana Araújo destaca ainda que a decisão de realizar uma consulta pública sobre a vacinação de crianças, mesmo após a autorização da Anvisa, não faz sentido

Jefferson Rudy/Agência Senado
Jefferson Rudy/Agência Senado

A infectologista Luana Araújo, criticou nesta quinta-feira (23) as declarações do ministro da Saúde,  Marcelo Queiroga, sobre a vacinação contra a Covid-19 no público infantil. No início da tarde desta quinta (23), o chefe da pasta da Saúde afirmou que não há urgência para tomada de decisões em relação à vacinação infantil porque a faixa etária registra uma baixa taxa de mortes.

Em entrevista à CNN Brasil, a médica, que foi anunciada como secretária da pasta mas não chegou a ser nomeada oficialmente, afirmou que a fala do ministro é profundamente infeliz e que não existe número aceitável de mortes de crianças.

“Ciência mal feita é achismo. […] Essa declaração é profundamente infeliz. Ela não só não leva em consideração as evidências científicas, como também mostra um profundo desconhecimento dos números do próprio país. A gente tem aí mais de 2 mil crianças que faleceram nos últimos dois anos em decorrência da Covid, o que significa um número maior do que todas as outras doenças imunopreviníveis somadas. Não existe patamar aceitável de óbito de criança. É cruel e absolutamente desconectado da realidade”, destacou a médica.

Luana destaca ainda que a decisão de realizar uma consulta pública sobre a vacinação de crianças, mesmo após a autorização da Anvisa, não faz sentido.