O presidente da Comissão Especial de Retomada dos Eventos de Salvador, o vereador Claudio Tinoco (DEM), afirmou ao Portal Salvador FM, que a declaração do governador Rui Costa (PT) sobre a impossibilidade de realização do Carnaval 2022 já era “previsível”. Para o edil, a decisão foi tomada de forma “autoritária e sem nenhuma alternativa”.
“É uma decisão tardia, nós [a Comissão de Retomada dos Eventos] oferecemos ao governador uma recomendação de anunciar essa decisão [sobre o carnaval] em 15 de novembro, ele [Rui Costa] atribui a pressões e ele nos últimos 40 dias não apresentou argumentos e respostas para realização do Carnaval”, destacou Tinoco.
O vereador afirmou ainda que essa decisão tardia do governo, levou o setor privado a buscar resolver do ponto de vista econômico sua situação. Dessa maneira, camarotes e alguns blocos que têm atrações significativas anunciaram festas particulares que devem acontecer em espaços fechados da cidade.
No entanto, Tinoco destaca que “essa decisão tardia do governador traz uma consequência drástica para cultura da Bahia", enfatizando que Rui nunca “demonstrou nenhum apreço pela cultura e entretenimento”.
O vereador salienta ainda sobre a dificuldade das categorias (ambulantes, cordeiros, mototaxistas) e da população mais pobre que será afetada duplamente durante a festa momesca. Primeiro, por não poderem trabalhar como de costume e segundo por não poderem também, aproveitar a festa, visto que, os eventos privados tem um custo elevado para esta população.
Quando questionado sobre se tem algum projeto de lei em trâmite que favoreça os trabalhadores do setor do entretenimento após o cancelamento da festa, o vereador pontua: “Nós estamos praticamente entrando em recesso Legislativo, não podemos produzir projetos de lei e indicação, mas nos colocamos a disposição para estudar alternativas, o mais certo agora é atitude”, afirmou o democrata.
Tinoco comentou ainda sobre a fala do presidente do Conselho Municipal do Carnaval (Comcar), Flávio Souza que afirmou ao site que Salvador vai entrar em colapso econômico”, entre os meses de março e abril. Para o vereador, Salvador já vem enfrentando um problema sério de economia, por conta dos impactos da pandemia de Covid-19, e ressalta a importância dos três meses de verão para a economia da capital baiana.
O democrata salienta ainda os impactos da não realização da festa por mais um ano, apontado que a economia soteropolitana deixa de arrecadar R$1,8 bilhão e diversos empregos informais deixam de existir, afetando diretamente a vida e o bolso de grande parte da população.