O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, entregou uma carta de desfiliação para o diretório municipal do PSDB, legenda na qual ajudou a fundar e onde permaneceu por 33 anos. As informações são da coluna de Mônica Bergamo para o jornal Folha de S. Paulo.
Já era sabido sobre o interesse do agora, ex-tucano em sair da legenda, o estopim para a saída de Alckmin foi o anúncio de filiação do vice-governador paulista, Rodrigo Garcia à sigla, consolidando a candidatura dele ao governo de São Paulo e bloqueando o caminho do ex-governador. Garcia teve o apoio de João Dória.
Vale ressaltar que Alckmin está conversando com o ex-presidente Lula e com o PT, como um possível nome para candidato a vice-presidente na chapa do petista nas eleições de 2022. A ideia inicial era que o ex-governador saísse do PSDB e entrasse no PSB, que o indicaria a vice de Lula.
Divergências das duas legendas em relação à campanha para o governo de São Paulo, no entanto, dificultaram esse arranjo até o momento.
O ex-governador Márcio França (PSB), aliado de Alckmin e empenhado em transformá-lo em vice de Lula, já anunciou que pretende se candidatar à sucessão de Dória — e quer o apoio do PT para isso. A aliança estadual faria parte do pacote em que o PSB indica Alckmin a vice.
O PT de São Paulo, no entanto, não concorda. E pretende manter o nome de Fernando Haddad no páreo para a corrida eleitoral paulista. Por conta deste impasse, Alckmin não deve anunciar agora a filiação ao PSB.
Caso o acordo com os socialistas não dê certo, ele teria outras alternativas, como se filiar ao Solidariedade, que já formalizou o convite.
Nas redes sociais, o ex-tucano exclama: “É um novo tempo! É tempo de mudança! Nesses mais de 33 anos e meio de trajetória no PSDB procurei dar o melhor de mim. Um soldado sempre pronto para combater o bom combate com entusiasmo e lealdade. Agora, chegou a hora da despedida. Hora de traçar um novo caminho”.
Neste domingo (19), Alckmin e Lula participam de um jantar do grupo Prerrogativas, em São Paulo.