Uma das estratégias convergentes entre petistas e bolsonaristas para a pré-campanha das eleições de 2022, que já começou, é fazer colar em Sergio Moro (Podemos) a pecha de traidor.
Apoiadores do ex-presidente Lula e integrantes do atual governo dizem que pesquisas internas começam a mostrar que esse é um ponto que causa alta rejeição ao ex-juiz. Dos dois lados, há também a defesa de que o ex-ministro de Jair Bolsonaro seja na maior parte do tempo ignorado.
Bolsonaristas falam em dois principais episódios de traições: saiu do governo fazendo acusações contra o presidente da República, e o fato de ter vazado conversas de WhatsApp com a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), de quem Moro foi padrinho de casamento.
No PT, há outro aspecto a se explorar, a suposta atuação parcial como juiz. Os petistas querem resgatar dois acontecimentos: quando Moro tornou pública a ligação de Lula e Dilma Rousseff, às vésperas do impeachment, e quando ele tirou o sigilo da delação de Antônio Palocci, dias antes da eleição de 2018.
“Existe a percepção dele ser rejeitado não só por ser traidor, mas por ser o juiz corrupto, que tem lado. A suspeição, essa coisa de ele ser parcial, é inaceitável para o brasileiro”, disse ao Painel o secretário de Comunicação do PT, Jilmar Tatto.
Na equipe de Moro, o discurso é o de que a rejeição vai ser menor quando começar a falar de outros temas além de corrupção.
As informações são da coluna Painel, do jornal Folha de São Paulo.