Documentos obtidos pela CPI da Pandemia revelam que o blogueiro, Allan dos Santos, acusado de disseminar fake news, foi financiado pelo aliado do bolsonarismo, Luciano Hang e pelo filho do presidente Eduardo Bolsonaro (PSL). A comprovação veio de mensagens de textos divulgadas pela TV Globo entre Allan dos Santos e o deputado federal.
Na conversa entre Bolsonaro II e o blogueiro, interceptadas pela Polícia Federal, Allan pede para que o coloque em contato com Hang, para ter mais 'retorno'.
A CPI apurou que políticos, empresários e sites usaram a rede de disseminação de fake news, conhecida como "gabinete do ódio". Crime pelo qual o dono do canal conservador "Terça Livre", Allan Santos, é indiciado na CPI.
A comissão também afirma que um filho do presidente, trabalhou para conseguir financiadores para o grupo e o dono da Havan, Hang, esteve na jogada desde o princípio.
As mensagens diziam o seguinte:
"Quer que eu fale algo a ele para te introduzir?", questiona Eduardo ao enviar o número privado de Luciano Hang.
Allan responde: "É melhor". Horas depois, o filho do presidente envia nova mensagem a Allan dos Santos, já com a resposta de Hang.
"Ele disse que você pode entrar em contato com ele. Falei que você é o nosso cara da imprensa para um projeto que desenvolvemos aqui nessa semana de aulas do Olavo", disse Eduardo Bolsonaro, referindo-se a Olavo de Carvalho, professor, astrólogo e guru de Jair Bolsonaro.
No dia seguinte, o editor do 'Terça Livre' entra novamente em contato com Eduardo: "Sobre o Hang!! Quando ele voltar da Europa, falarei com ele". O filho do presidente então responde: "Beleza. Falei no macro com o Hang, pode ficar tranquilo".
Quatro meses depois, Allan dos Santos escreve nova mensagem a Eduardo, desta vez, comemorando o fechamento de patrocínio para o seu programa. "Luciano Hang está dentro. Patrocínio para o programa."
As datas das mensagens coincidem com início do deflagrado em 2020 "gabinete do ódio" o que faz com que Bolsonaro II e Hang se tornem suspeitos ativos do caso na CPI.