Política

Especialista diz que problema da terceira via é se apresentar como projeto alternativo ao bolsonarismo

Cientista político comenta ainda sobre a estratégia da terceira via em apoiar o impeachment de Bolsonaro

Ricardo Stucker/Instituto Lula/Flickr/ Alan Santos/PR
Ricardo Stucker/Instituto Lula/Flickr/ Alan Santos/PR

Sobre o movimento “nem Lula nem Bolsonaro” e a possibilidade de uma terceira via para as eleições à presidência em 2022, o cientista político, Cláudio André Souza, afirma que “acha que um pouquinho de polarização não faz mal a ninguém”. Para o professor que foi o entrevistado do programa Ligação Direta da Salvador FM nesta terça-feira (14), o sistema político brasileiro possui a possibilidade de um segundo turno que para o especialista já é “polarizado em si”.

Para o especialista o grande problema da terceira via é se apresentar como “projeto alternativo ao bolsonarismo”, para ele esse processo demorou muito. De acordo com o professor, o grande problema visto no campo ideológico de direita é que esse campo “flertou com o governo Bolsonaro, a gente vai ver que muita gente que tá hoje no campo da oposição a ele, não só votou. como o apoiou em 2018. Então, isso inclusive se refletiu no eleitorado brasileiro”, afirmou.

Sobre o movimento que defende o “nem Lula nem Bolsonaro”, Souza diz que é interessante do ponto de vista do marketing político. No entanto, segundo ele, de alguma maneira esse movimento precisa se “diferenciar mais de Bolsonaro”, em sua visão, o eleitorado que apoia o presidente é o mesmo eleitorado ideologicamente que a terceira via quer.

De acordo com Cláudio, o cálculo do impeachment que começou a rondar o país novamente na semana passada, está “dentro da perspectiva de que a saída de cena de Bolsonaro, deixa um eleitorado ‘órfão’ do ponto de vista da disputa eleitoral, e esse contingente pode ser herdado pela terceira via”, disparou o cientista.