O governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) prevê gasto recorde em 2022 para ocupar 73.640 cargos públicos – entre novos postos e a reposição dos que estão vagos. O Orçamento do ano que vem enviado ao Congresso prevê despesa de R$ 5,3 bilhões só para novas contratações, quase o dobro do previsto para 2021.
No total dos três Poderes, devem ser criadas 4.097 vagas e repostas outras 69.543 por meio de convocação de aprovados em seleções já realizadas ou por meio de novos concursos. Só no Executivo, o governo estimou a criação de 1.129 novos postos vinculados a militares, além do provimento de 53.442 vagas para atender a outros órgãos – e que incluem vagas de professores, técnicos administrativos, policiais e novamente militares.
O Orçamento de 2022 não traz a previsão de reajustar o salário dos servidores, como ensaiado anteriormente.
O gasto com pessoal passará de R$ 332,355 bilhões, em 2021, para R$ 342,798 bilhões em 2022, conforme o projeto enviado pelo governo. No ano passado, foi autorizado reajustes somente para os militares (feito em 2021), em razão do processo de reestruturação de carreiras. O último reajuste para os servidores públicos civis foi em 2018, no governo Temer. “Não tem previsão de reajuste. O Orçamento já está muito apertado”, afirmou o secretário especial de Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Bruno Funchal.
O aumento de gastos com o funcionalismo em época de campanha política é uma das preocupações do mercado financeiro diante do quadro fiscal do Brasil. Enquanto as despesas obrigatórias (como o pagamento de aposentadorias e salários do funcionalismo) crescem, o governo enfrenta impasse para aumentar investimentos e tirar do papel projetos como o Auxílio Brasil, nova versão do Bolsa Família que promete valores maiores.