Política

Governadores realizam ato em defesa da democracia e do STF nesta segunda (23), diz Doria

De acordo com o governador, 24 dos 27 mandatários estaduais participarão de encontro em Brasília

Divulgação/Gesp
Divulgação/Gesp

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que 24 dos 27 governadores do Brasil vão se reunir nesta segunda-feira (23) em Brasília para um ato em defesa da democracia e do Supremo Tribunal Federal (STF), diante do aprofundamento da crise entre os Poderes.

"Nunca o Brasil foi tão ameaçado como agora", afirmou Doria, em evento no Rio de Janeiro, neste sábado (21). De acordo com o governador de São Paulo, o encontro foi articulado em parceria com o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), que coordena o grupo dos 24 mandatárias estaduais. O governador não informou quais seriam os três ausentes ao encontro desta segunda.

"Não vamos tratar de pandemia, vamos tratar de democracia. Os governadores que se sentirem à vontade em se manifestar vão também defender o Supremo Tribunal Federal e condenar qualquer flerte com o autoritarismo e iniciativas autoritárias no país", afirmou Doria.

Doria disse que o encontro dos governadores ganha relevância diante da proximidade com as celebrações do 7 de Setembro, quando bolsonaristas planejam sair às ruas em defesa do presidente e contra o STF. "Há sinais de que, por conta do 7 de Setembro, movimentos sejam promovidos por bolsonaristas e bolsominions para defender o regime autoritário no país. E nós, governadores, resistiremos", afirmou. "As manifestações são soberanas, desde que sejam pacíficas, dentro também dos limites que cada Estado estabelecer. Sem rasgar a Constituição, sem atentar contra ela e contra a vida", completou.

Na sexta-feira (20), o presidente Jair Bolsonaro enviou ao Senado pedido de impeachment do ministro do Supremo Alexandre Moraes, que coordena investigações sobre atos antidemocráticos. Neste sábado (21), Bolsonaro defendeu que fez tudo "dentro das quatro linhas da Constituição".

O pedido de impeachment gerou uma nota de repúdio do próprio STF e aprofundou o clima de ruptura entre os Poderes. A corte disse que "manifesta total confiança" em Moraes e que "o Estado democrático de Direito não tolera que um magistrado seja acusado por suas decisões, uma vez que devem ser questionadas nas vias recursais próprias, obedecido o devido processo legal".