Política

CPI: dono da Precisa não firma acordo para dizer a verdade durante depoimento

Renan Calheiros deu seu parecer sobre o gabinete paralelo durante a sessão desta quinta-feira (19)

Pedro França/Agência Senado
Pedro França/Agência Senado

O sócio-administrador da Precisa Medicamentos, Francisco Emerson Maximiano, não aceitou o compromisso de apenas dizer a verdade durante o seu depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. Maximiano obteve um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF) que garante o direito ao silêncio para evitar produzir provas contra si próprio.

A defesa de Maximiano disse que o depoente não vai usar seus 15 minutos introdutórios e que também vai deixar de responder às perguntas que avalie que possam produzir provas contra si.

Na abertura da sessão, o presidente da Comissão, Omar Aziz (PSD), ironizou o depoente questionando se ele já adquiriu a cidadania indiana. Isso porque Maximiano cancelou três vezes seu depoimento, duas delas por estar na Índia ou em quarentena por estar retornando do país.

Sobre o gabinete paralelo, o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB), disse que o relatório final pretende responsabilizar por crime comum todos os membros do gabinete, que assessorava o presidente Jair Bolsonaro (sem partido)  em relação à pandemia. De acordo com a Folha de S. Paulo, o grupo participou de ao menos 24 reuniões no Palácio do Planalto e no Palácio da Alvorada.

“Pretendo como relator, responsabilizar por crime comum todos os membros do gabinete paralelo pela maldade que fizeram contra o Brasil, por prescrever remédios ineficazes”.

A declaração foi dada após ser questionado sobre o vazamento do documento. Renan alegou que ainda não está pronto o relatório e negou que os membros do gabinete sejam responsabilizados pela demissão de ministros.

“Não há nada, inclusive, com relação ao dado citado que nós iremos atribuir aos membros do gabinete paralelo a responsabilidade pela demissão dos ministros. Eu jamais vou atribuir isso.”