Álcool em gel, sabão líquido, separação de lixo hospitalar, macas em bom estado. Tudo isso seria essencial para uma Unidade de Pronto Atendimento. No entanto, falta isso e muito mais na UPA de Simões Filho. O relato foi feito ao LDNotícias por Arian Jesus, profissional de saúde e acompanhante de uma paciente da unidade.
A reportagem foi até o local para ver de perto a situação. Ao chegar ao posto era possível ver a falta de dispensers de álcool em gel. Apenas um recipiente de plástico foi avistado na recepção, além de objetos pessoais de pacientes e profissionais (capacetes, bicicletas) espalhados pela recepção. Apesar do pequeno fluxo de pessoas, a recepcionista do local estava sem máscara e só a colocou quando percebeu que estava sendo observada pela reportagem. Ao apresentar o crachá de imprensa, a funcionária encaminhou a equipe para a sala de coordenação. Apesar de solícitos, a coordenadora, Poliana Machado, negou as acusações feitas pelos familiares da paciente, Lindaura Silva dos Santos, internada no local há uma semana.
Informados sobre as denúncias do neto de Lindaura, Arian, sobre os estado do local e falta de preparo da equipe de enfermagem, a coordenadora da unidade alegou que muitas das reclamações foram forjadas, como no caso dos exames “escritos a papel” que a família diz ter recebido. Segundo ela, o jovem “vinha fazendo alarde” nas redes sociais e que o mesmo poderia ter escrito os resultados e dado como prova para espetacularização do caso.
O caso
Após a internação de Lindaura Silva dos Santos, o profissional da área de saúde Arian Jesus – neto da paciente -, fez uma série de denúncias pelas redes sociais sobre a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Simões Filho. Ele expos a estrutura do local e a falta de qualificação dos profissionais do estabelecimento. O jovem contou que chegaram a entregar exames da paciente escritos à caneta em um “pedaço de papel”.
Os familiares de Lindaura gravaram vídeos dos dispensers de sabão e álcool em gel vazios. Eles relataram que existem apenas recipientes plásticos com o conteúdo na recepção e outro na sala amarela, onde ocorre a internação de pacientes.
Situação precária na UPA de Simões Filho pic.twitter.com/Hlm4XcYD5c
— LD Notícias (@seuldnoticias) August 16, 2021
Outro problema relatado é a atuação dos profissionais da unidade. De acordo com acompanhantes dos pacientes, os que necessitam de internação precisam ser carregados por familiares durante o manuseio para a sala amarela.
“A unidade fica com a emergência trancada, pacientes precisam entrar na unidade carregados por familiares ou esperar algum funcionário buscar cadeira de rodas”, disse o neto da paciente que a acompanhava durante a sua internação.
Outro ponto observado pelo acompanhante foi a falta de equipamentos para aferir pressão, glicose e oxímetro.
“A coordenação de enfermagem não tem autonomia, pois todos os funcionários são indicados por políticos; os funcionários e a unidade não seguem normas de controle de infecção hospitalar, usam adornos como piercings, anéis, colares e etc.”, ressaltou Arian.
Após as denúncias nas redes sociais, o profissional de saúde conseguiu a regulação da avó. No entanto, a coordenadora da unidade, Poliana Machado “aconselhou” a família e impresa a procurar a Secretaria de Saúde de Simões Filho.
O site entrou em contato com as secretarias responsáveis do munícipio, que apenas informaram que as verbas são repassadas para Organização Social (OS) que gerencia a Unidade. Machado informou que a OS não tem ligação direta com o governo da cidade.