Conversas entregues à Polícia Federal (PF) pelo deputado Luis Miranda (DEM) mostram registros da pressão relatada em março por seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda, para agilizar a importação do imunizante indiano, Covaxin, mesmo com documentação incompleta.
De acordo com informações divulgadas pelo jornal O Globo, em 31 de março, Luis Ricardo afirmou: "Segurando o máximo aqui. Pressão louca". No dia 20, ele esteve com seu irmão, Luis Miranda, no Palácio da Alvorada.
Os dois contam ter relatado ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que o processo de importação estava sendo conduzido de forma irregular no ministério da Saúde. A denúncia motivou a abertura de um inquérito na Polícia Federal para verificar se o presidente cometeu o crime de prevaricação.
O deputado entregou à PF reproduções de conversas com o seu irmão, com o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello e com um ajudante de ordens do presidente da República, Jonathas Diniz Vieira Coelho, todas no fim de março. A Diniz Coelho, o deputado disse que estava "rolando um esquema de corrupção pesado" no ministério.