Economia

No vermelho: corte de R$ 10 bilhões no orçamento impede Planalto de pagar contas

O governo federal oficializou, ontem, o terceiro contingenciamento do orçamento

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O governo federal oficializou um corte de R$ 11,2 bilhões em despesas até o final o ano. A medida, que pode paralisar o governo, foi tomada para garantir o cumprimento da lei do orçamento até o Congresso aprovar a revisão do texto, votação prevista para hoje.

Até lá, a União não poderá pagar sequer despesas ordinárias como contas de luz e água, explicou o secretário-executivo do Ministério do Planejamento, Dyogo Oliveira. Porém, as despesas obrigatórias, como salários, aposentadorias e Bolsa-Família estão asseguradas. Assim como as aplicações mínimas em Educação e Saúde.

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O mercado reagiu mal, com os investidores correndo em direção ao dólar, investimento seguro em cenários de crise. A moeda fechou ontem em alta de 1,6% (R$ 3,886).

O cenário é desafiador para o governo. Com o Congresso paralisado pela Operação Lava Jato e com a base desarticulada, está mais difícil aprovar qualquer medida. E a instabilidade política piora ainda mais a economia.

Ontem, o Boletim Focus do Banco Central – que mede as expectativas do mercado – apontou que as instituições financeiras pioraram previsões para a inflação, 10,38%, e para o Produto Interno Bruta (PIB) – 3,19%.

Fora do mundo das expectativas, dados consolidados – também apresentados ontem pelo Banco Central – mostraram que as contas do setor público consolidado – governo, estados, municípios e estatais – registraram déficit primário de R$ 11,5 bilhões, o pior para um mês de outubro desde o início da série, em dezembro de 2001. No ano, janeiro a outubro, o déficit primário soma R$ 20 bilhões.

Os cortes foram detalhados, em nota, pelo MInistério do Planejamento. De acordo com o órgão, o total contingenciado se refere a despesas discricionárias (não obrgatórias) do Poder Executivo, sendo R$ 500 milhões em emendas impositivas (incluídas no orçamento pelo Congresso) e  R$ 10,7 bilhões de outras programações previstas na lei.

 Foto: Reprodução/Correio24h